Agente do SERNIC acusado de burlar mercadoria no Zimpeto, denuncia CDD

Agente do SERNIC acusado de burlar mercadoria no Zimpeto, denuncia CDD

Um agente do Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC), B. J. Macamo, afecto à 6.ª Esquadra do Bairro 25 de Junho, na Cidade de Maputo, burlou, no dia 26 de Julho passado, 200 sacos de cebola a um comerciante de nome Ezequiel Justino Maunde, no Mercado Grossista do Zimpeto.

Quando solicitado a pagar o que deve, usa da sua qualidade de agente do SERNIC para ameaçar o referido comerciante e, dessa forma, fugir das suas responsabilidades.

Tudo começou quando, no dia 26 de Julho passado, Ezequiel Justino Maunde foi abordado por Lourenço Dinis Macuácua, um jovem que se apresentou como trabalhador de B. J. Macamo, um agente do SERNIC afecto à 16ª Esquadra da Polícia da República de Moçambique (PRM) na Cidade de Maputo.

Com uma necessidade urgente de 200 sacos de cebola para uma suposta operação comercial na província de Tete, B. J. Macamo garantiu a Ezequiel Justino Maunde que o pagamento seria realizado em até dois dias.

Maunde, habituado a tais transacções e conhecendo Macuácua como colaborador do agente, confiou cegamente nas suas promessas.

Dois dias se passaram e, ao tentar cobrar o valor devido, Maunde foi ignorado. O agente, que anteriormente havia garantido a seriedade do negócio, recusou-se a atender as chamadas e, quando confrontado, foi hostil e ameaçador. Alegou que o negócio não tinha sido concretizado devido à incompetência do seu próprio empregado.

Essa postura do agente foi apenas o começo de uma série de actos de abuso de poder. Quando Maunde, já desconfiado e angustiado, procurou a 24.ª Esquadra para formalizar a queixa, ele não só foi desprezado, como também ameaçado de agressão física pelo próprio agente que deveria estar sob investigação. A ameaça ocorreu na presença dos colegas do agente, que assistiam inertes, numa demonstração clara de corrosão moral que parece ter-se enraizado nas forças de segurança.

Desesperado e sem saber a quem recorrer, Maunde registou um auto sob o número 519/24.ª Esquadra/2024. No entanto, teme que, devido às influências nefastas do agente, o processo seja enterrado nas profundezas da burocracia corrupta, e que os 200 sacos de cebola, fruto do seu suor e trabalho árduo, jamais sejam recuperados.

A história de Maunde não é um caso isolado; é um reflexo de um sistema que falha repetidamente em proteger os mais vulneráveis. Quando aqueles encarregados de manter a lei se tornam os primeiros a violá-la, quem poderá garantir a justiça? O caso de Ezequiel Justino Maunde exige mais do que uma simples investigação interna. Ele exige que a sociedade moçambicana acorde para a realidade aterradora de que a impunidade policial não só destrói vidas, mas corrói os alicerces de um Estado de Direito que, cada vez mais, parece ser uma miragem. (Texto: CDD)

Partilhar este artigo

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado.