Um relatório da empresa sul-africana de consultoria imobiliária, Rode & Associates, sugere que o mercado imobiliários, particularmente casas, na África do Sul, registe uma descida de preços pelo sétimo ano consecutivo, em 2022, um tendência que poderá prevalecer pelos anos seguintes.
De acordo com o relatório, o mercado imobiliário teve um início estável em 2022, com os preços nominais (não tendo em conta a inflacção) nos dois primeiros meses a crescerem 3,8% numa base anual – ligeiramente mais lento do que o crescimento de 4,2% registado em 2021, escreve o News24.
Mas, em termos reais (tendo em conta a inflacção), os preços da habitação caíram cerca de 2% até agora em 2022, uma vez que a inflacção se manteve estável em 5,7%.
O CEO ainda não antevê um futuro promissor no mercado imobiliário sul-africano, considerando que o seu ciclo varia entre 15 e 20 anos.
“”Estamos a meio caminho deste trajecto de declínio dos preços das casas em termos reais e ainda há um longo caminho a percorrer”, disse Erwin Rode.
Espera-se que os consumidores enfrentem maiores pressões financeiras, com o aumento das taxas de juro a ter impacto na compra de propriedades, bem como o aumento de dívidas que não serão pagas dentro dos prazos (inadimplência hipotecária) que poderão levar alguns proprietários a desfazerem-se das suas casas por falta de outros meios.
A taxa de empréstimo em Março de 2022 subiu para 7,75% – acima dos mínimos pandémicos que favoreceram os investidores imobiliários.
“As taxas hipotecárias serão mais elevadas nos próximos anos – porque as taxas de juro a nível internacional estão a normalizar devido à inflacção mundial depois de terem sido muito baixas durante algum tempo”.
No quarto trimestre de 2021 as casas só estiveram, em média, no mercado cerca de oito semanas – as mais baixas desde o início da pandemia e muito abaixo da média a longo prazo de 13 semanas.
“Quando as casas estão no mercado por um período mais curto, significa que os vendedores se tornaram mais realistas nas suas expectativas”, disse Rode.
Os que compraram casas pela primeira vez representaram 31% no quarto trimestre de 2021, mas o relatório espera taxas de juro mais elevadas, juntamente com uma inflacção mais elevada, estão a começar a ter um impacto atenuante na procura por parte destes compradores.