A concretização do projecto ferro-portuário de Macuse, na província da Zambézia, centro de Moçambique, que pretende ligar Macuse, na província da Zambézia, a Chitima, Tete, está parado e sem solução à vista. O ministro dos Transportes, Mateus Magala, atribui as culpas pelo atraso à empresa (Thai Mozambique Logistic) envolvida no projecto.
Na altura o projecto foi concessionado à Thai Moçambique Logística (TML), uma companhia tailandesa que detém 60% das ações da empresa. Mas, desde então, os trabalhos não têm progredido.
Segundo uma publicação da DW, os trabalhos no terreno, que deveriam ter começado em 2017, até à data, praticamente não começaram, o que não está a agradar nem às autoridades locais, nas regiões envolvidas, nem à população. O plano inicial previa que comboios e navios começassem a circular em 2022. Mas isso não aconteceu e não há sinais de que isso possa acontecer a médio prazo, de acordo com a população local.
Na semana passada, o ministro dos Transportes e Comunicações, Mateus Magala, disse estar agastado com a morosidade na execução do projecto que ligaria as duas províncias do centro de Moçambique, Zambézia e Tete, por via ferroviária com 650 quilómetros de extensão.
Segundo o ministro, a culpa, no entanto, não pode ser atribuída ao Governo, mas sim às empresas privadas envolvidas no projecto.
“Neste momento, nós trabalhamos com o sector privado como um motor dinamizador e nem tudo que está a ser feito pelo sector privado, nem tudo está sob controlo do Governo. Neste caso de Macuse, o sector privado está a falhar. Já ouvimos muitas promessas e condicionalismos do momento, como a Covid-19. Eu acho que isso não pode ser desculpa para encontrarmos soluções arrojadas e urgentes”, afirmou Magala, citado pelo mesmo portal.
O representante da Confederação das Associações Económicas de Moçambique na província da Zambézia, Carlos Joaquim, também mostrou-se indignado com a situação.
Segundo Carlos Joaquim, o governo central é que deveria dar explicações. “Gostaria que o ministro Magala dissesse o que é que está por detrás destes atrasos neste projecto. O ministro devia ter procurado esse grupo de empresários, que participam no projecto, para saber em que estado financeiro está este porto. O que nós podemos dizer é: a Zambézia está com muito azar: cada ano que passa, mentem, dizendo que há projecto, e depois, vem outro Governo e diz que não há nada disso”, lamenta Joaquim.
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