O Presidente da Comissão Provincial de Eleições (CPE) na província da Zambézia, tentou, sem sucesso, frustrar a credenciação de 60 observadores eleitorais do Centro de Integridade Pública (CIP).
A organização da sociedade civil diz, no seu boletim de eleições, que “teve de esperar seis meses para obter cerca de 60 credenciais”.
Os documentos foram submetidos em Março deste ano, mas só lhes foram concedidos em Setembro.
“Deliberadamente, o processo, submetido em Março deste ano, foi sendo atrasado e devolvido várias vezes, com a alegação de que havia irregularidades. Nalguns casos, alguns documentos dos nossos observadores foram extraviados e o processo devolvido por suposta falta de documentos”, lê-se.
Para contornar as manobras, o CIP submeteu o processo através do STAE central. E só foi mediante uma ordem de Despacho de Dom Carlos Matsinhe que o Presidente da CPE da Zambézia cedeu e emitiu as credenciais para os observadores do CIP.
“Segundo os vogais da CNE, o presidente da CPE na Zambézia é um reincidente, mas ninguém o toca porque está, supostamente, a cumprir missões partidárias”, escreve o CIP.
O boletim recorda que a província da Zambézia é das que nas eleições autárquicas passadas registou vários ilícitos eleitorais, desde a fraude eleitoral até à descoberta de recenseamentos clandestinos à calada da noite, registo de eleitores de listas prioritárias, entre outras. Dois dos municípios da Zambézia viriam a ser devolvidos pelo Conselho Constitucional (Quelimane e Alto Molócuè) à oposição. Os órgãos eleitorais tinham dado vitória à Frelimo. Igualmente, Zambézia é a província onde está a decorrer o julgamento de mais de 30 MMV por fraude eleitoral.
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