Uma carta assinada por mais de 350 pessoas de oito bairros de Moatize, no distrito do mesmo nome, província de Tete, foi endereçada, na semana passada (terça-feira), à mineradora Vulcan, de capitais indianos, para resolver as questões de poluição do ar decorrente das suas actividades de exploração de carvão mineral à céu aberto.
Segundo o portal Zitamar, as centenas de moradores ameaçam “tomar todas as medidas legais de protestos” até a apresentação de soluções no prazo de trinta dias.
Os moradores entendem que a poluição do ar e da água é uma violação dos direitos humanos. Ao documento foram anexadas evidências da poluição, incluindo fotos de nuvens de poeira “sufocando” áreas residenciais
“Vivemos em um ambiente completamente inóspito. Suas práticas de extração e mineração não estão de acordo com qualquer experiência humana defendida e protegida dentro da Declaração Universal dos Direitos Humanos”, lê-se. A carta dos moradores nota que a poluição aumentou o risco de a população desenvolver câncer e problemas respiratórios, cardiovasculares e mentais, e destruiu o solo e a biodiversidade locais.
Refere o portal que as reclamações dos moradores são do conhecimento do governo local e central, incluindo o Gabinete do Procurador-Geral da República e o Secretário de Estado da Província de Tete.
A Vulcan respondeu à carta em 15 de Agosto, reconhecendo que as escavações desde 2 de Agosto haviam espalhado poluição e prometendo não realizar mais escavações em áreas que impactam directamente as comunidades. A Vulcan também prometeu reduzir o tamanho dos buracos escavados, cobrir os buracos com cascalho e usar cobertura vegetal para filtrar poluentes.
Representantes da comunidade de Moatize se reuniram com autoridades do governo na sexta-feira.
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