A Vale Moçambique está a executar, desde Dezembro de 2021, dois projectos de empoderamento da rapariga, que beneficiam 5400 adolescentes e jovens residentes nos bairros de reassentamento de Cateme e 25 de Setembro, no distrito de Moatize, na província de Tete.
O primeiro projecto consiste na distribuição de kits de dignidade feminina reutilizáveis, para adolescentes e jovens, acompanhados de oficinas de consciencialização sobre matéria de saúde, com enfoque para gravidez precoce, violência doméstica, empoderamento da mulher e jovem, que são de grande importância nas comunidades abrangidas.
Esta iniciativa está a ser executada pela MEK Medical e BeGirl, empresas com ampla experiência na matéria, e vai abranger directamente cinco mil raparigas, ao longo de dois anos.
A segunda iniciativa, denominada “Ir Mais Longe”, vai beneficiar directamente 400 raparigas estudantes do ensino secundário, através da promoção de competências sociais para a sua inserção e manutenção no ensino secundário e para o seu empoderamento na comunidade.
As raparigas beneficiárias recebem apoio para elaboração de plano de desenvolvimento pessoal, com foco em desenvolvimento de capacidade de geração de renda, bem como capacitação comportamental e em empreendedorismo para as alunas do último ano do ensino secundário.
Estas iniciativas reflectem a visão da Vale de que o empoderamento da mulher e da rapariga é a chave para o desenvolvimento de qualquer empresa e da sociedade. A nível global, a Vale tem a meta de atingir 26% da presença feminina na força de trabalho, até 2025.
Até Novembro do ano passado, a percentagem de mulheres entre os colaboradores da Vale era de 18,7%, contra 13,5% em 2019, quando a empresa firmou a meta para mulheres dentro de uma estratégia de diversidade global.
Em termos numéricos, a empresa conta com 4500 mulheres entre os seus colaboradores. A mulher ocupa um lugar central na Vale, não somente como colaboradora, assim como beneficiária das actividades da empresa, representando a maioria dos beneficiários das actividades sociais da Vale nas comunidades onde a empresa opera.
A Vale tem realizado, anualmente, levantamentos socioeconómicos em Moatize que indicam, entre outros factos, uma taxa substancial de desistência escolar secundária da rapariga. Tal facto deve-se, entre outros motivos, à falta de consciência das comunidades em males que impedem o desenvolvimento da rapariga, como a desigualdade de género, uniões prematuras, gravidez precoce, a violência doméstica.
Por outro lado, a baixa renda das famílias resulta, dentre outros impactos, na dificuldade de acesso a kits de dignidade feminina, mencionados pelas raparigas como um factor limitador para a sua permanência na escola.