A Ucrânia poderá não entrar na NATO se a Rússia garantir o mesmo nível de segurança que a Aliança Atlântica dá aos seus aliados, segundo o ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano.
Dmytro Kuleba disse esta quinta-feira, o seu país dispõe-se a discutir essa questão, recordando que a Constituição ucraniana contempla uma eventual adesão à Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO). No entanto, Kuleba admitiu estar consciente de que isso não acontecerá “num piscar de olhos” ou mesmo num “futuro próximo”.
“Está na nossa Constituição e tem sido uma parte consistente da nossa política aderir à NATO como membro de pleno direito e usufruir das garantias de segurança” que a Aliança Atlântica proporciona, explicou o ministro.
O responsável falava após uma reunião com o seu homólogo russo, Serguei Lavrov, no sul da Turquia, durante a qual não houve progressos na abertura de corredores humanitários ou na aprovação de um cessar-fogo de 24 horas na ofensiva militar russa em curso na Ucrânia.
Dmytro Kuleba também se mostrou disponível para discutir a possibilidade de chegar a um acordo sobre um “sistema de garantia semelhante ao da NATO”, desde que conte com o apoio dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, incluindo a Rússia, e de todos os países vizinhos.
O facto de estar definido que a NATO não está disposta a “agir colectivamente para parar a guerra e proteger os civis da Ucrânia dos bombardeamentos aéreos russos” levanta a questão de “como garantir a segurança da Ucrânia até à eventual entrada na NATO”, referiu o ministro.
“A guerra está a acontecer agora. Neste momento, são os nossos militares que estão a garantir a nossa segurança e o povo da Ucrânia está a sacrificar-se para garantir a segurança”, concluiu Kuleba.
Esta é a primeira reunião deste nível desde que a Rússia invadiu a Ucrânia. Um passo encarado como um primeiro sucesso diplomático.