Tribunal de Londres avalia pedido de recurso contra extradição de Julian Assange para EUA

Tribunal de Londres avalia pedido de recurso contra extradição de Julian Assange para EUA

O Supremo Tribunal de Londres iniciou hoje uma audiência de dois dias sobre o recurso do fundador da WikiLeaks, Julian Assange, contra a sua extradição para os Estados Unidos. Esta ação judicial poderá ser a última do australiano de 52 anos nos tribunais britânicos.

Uma notícia divulgada pelo portal britânico Global Usa News, refere que os juízes deverão avaliar o veredito proferido em Junho de 2023 pelo juiz do Supremo Tribunal de Londres, Jonathan Swift. O juiz negou provimento ao recurso interposto pelos advogados de Assange contra a ordem de extradição do australiano do Reino Unido para os Estados Unidos.

Se o recurso for bem sucedido, a defesa de Assange terá a oportunidade de contestar nos tribunais britânicos a sua extradição para os Estados Unidos. Caso contrário, ficarão privados desse instrumento. Uma das últimas possibilidades de impedir que o fundador da WikiLeaks seja transferido para os Estados Unidos neste cenário poderá ser um recurso para o Tribunal Europeu dos Direitos do Homem (TEDH).

No entanto, ainda não é claro se Assange irá participar na audiência pessoalmente ou através de uma ligação vídeo a partir da prisão de alta segurança de Belmarsh, em Londres, onde está detido desde 2019, depois de ter sido retirado da embaixada do Equador em Londres. Durante mais de quatro anos, Washington tem pressionado Londres a extraditá-lo para os EUA, mas a defesa de Assange fez novas tentativas para o impedir.

Em Junho de 2022, a então chefe do Ministério do Interior do Reino Unido, Priti Patel, decidiu extraditar Assange para os Estados Unidos, na sequência de uma revisão do caso pelo Tribunal de Magistrados de Westminster e pelo Supremo Tribunal de Londres. O Ministério do Interior do Reino Unido indicou que os tribunais britânicos não tinham chegado à conclusão de que a extradição de Assange seria repressiva, injusta ou que haveria uma utilização ilegal do processo judicial. O WikiLeaks já sublinhou anteriormente que a acusação contra o australiano sempre foi uma questão política.

Assange é acusado nos Estados Unidos de crimes relacionados com o maior caso de divulgação de informação confidencial da história americana. Pode ser condenado a 175 anos de prisão pelo conjunto das acusações. Em Novembro de 2023, as principais publicações ocidentais, incluindo The New York Times, The Guardian, The Times, Le Monde, El País, apelaram ao governo dos Estados Unidos para que retirasse as acusações contra Assange.

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