Traficantes continuam a usar Nampula como centro de distribuição de drogas

Traficantes continuam a usar Nampula como centro de distribuição de drogas

A província de Nampula, no norte do País, continua a ser usada como central de distribuição de drogas, por grupos organizados de traficantes, ligados às redes internacionais do narcotráfico.

Falando na abertura do Ano Judicial 2024, a juíza presidente do Tribunal Judicial de Nampula, Ana Paula Muanheue explicou que a província de Cabo Delgado é um ponto de passagem das drogas ilícitas e posterior escoamento, por via terrestre, para a cidade de Nampula, o centro de distribuição para os destinos estratégicos.

“Há muito que a província mais populosa de Moçambique, Nampula, virou um autêntico corredor do milionário negócio de drogas, que entra através dos distritos costeiros”, disse esta quinta-feira, a juíza presidente.

Citada pela AIM, a magistrada fez notar ainda que “as rotas comerciais dos bens ilícitos são vastas e globalizadas: são produzidos num país, traficados por uma ou mais fronteiras e comercializados num ou mais destinos finais”, acrescentando que dado o actual fenómeno de internacionalização do tráfico de drogas em Moçambique e o aumento acentuado desta criminalidade, a prevenção e o seu combate, tornaram-se num novo desafio no paradigma da segurança do País.

“Moçambique não é produtor da maior parte das drogas que são alvo de apreensões nas fiscalizações encetadas nos demais pontos de entrada no País. Não é produtor de cocaína, heroína, haxixe e ópio, mas, a sua localização geográfica, coadjuvada pelas vastas fronteiras terrestres tornam-no num ponto de trânsito para movimento ilícito de tais drogas. Todavia, a única droga controlada internacionalmente e que é produzida e controlada no País é a canábis sativa”, disse.

A juíza refere que, o sector, está justificadamente preocupado com esta realidade uma vez serem grandes as lacunas de conhecimento com respeito à forma de funcionamento dos mercados de drogas a nível global, regional e local e, que, por via disso, o sector deve incorporar essas ameaças como, factor, nas estratégias de prevenção e análise de conflitos, e na avaliação e planeamento integrados das missões.

“A nossa estratégia de combate ao tráfico de drogas deve passar pela identificação dos verdadeiros proprietários das drogas que são apreendidas. E ainda, na prevenção e combate ao tráfico de drogas não se pode simplesmente limitar-se à investigação e a componentes teóricas, temos que optar, igualmente, com a colocação de força física e estruturas preventivas e repressivas em tais matérias e com ajuda da Cooperação Internacional, desmantelar os ninhos principais”, concluiu.

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