A empresa Moçambique Telecom S.A. (Tmcel) está embrulhada em dívidas e à medida que a situação se agrava a insustentabilidade não deixa antever uma outra solução senão a sua privatização por uma empresa internacional, segundo os sindicalistas da empresa.
Os sindicalistas, em representação dos cerca de 1800 trabalhadores da Tmcel, dizem temer que a empresa seja colocada num processo de privatização, o que, no seu entender, “pode colocar em perigo a segurança e soberania do país”.
“Até podem privatizar esta empresa, mas é perigoso porque pode ser adquirida por uma companhia estrangeira que pode determinar que o servidor central deve estar no seu país de origem e, dessa forma, facilmente poder capturar toda a informação do Estado moçambicano”, disseram os sindicalistas.
E porque a Tmcel é quem controla todo o sistema de comunicação do país, desde simples chamadas telefónicas ao fornecimento de internet e sinal televisivo (aberto e fechado), o grupo entende que o Estado deve assumir o seu papel de dono e não abrir mão de qualquer forma para evitar o que já aconteceu com a privatização do Banco Austral a um grupo da Malásia que passou a ter acesso a toda a informação dos clientes moçambicanos a partir daquele ponto da Ásia.
É a TmCel quem tem o controlo das comunicações do Governo, de toda a banca nacional, navegação aérea e marítima, serviços meteorológicos, transmissão televisiva e rádio de todos os canais autorizados no país (nacionais e internacionais), entre outros meios.
No total, a TmCel tem cerca de mil milhões de meticais a receber de diferentes clientes, sendo que grande parte desta dívida vem do maior cliente, o Estado, que também enfrenta dificuldades para honrar com os seus compromissos com a empresa, e daí vem esta decadência.
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