A Associação Médica de Moçambique (AMM) saiu hoje às ruas da capital Maputo para exigir melhores condições de trabalha que já veem sendo discutidas com o Executivo desde finais do ano passado.
A greve de hoje segue-se à prorrogação por mais 21 dias da anunciada greve de 21 dias, cuja primeira fase iniciou a 10 de Julho e terminou a 31 do mesmo mês.
Entres dísticos e canções, os mais de 200 médicos em protestos em Maputo exigiram a demissão do actual Ministro da Saúde, Armindo Tiago, e diagnosticaram doença no Serviço Nacional da Saúde.
“Tiago, fora!”, ouvia-se os médicos gritar repetidas vezes quando lentamente seguiam pela avenida Eduardo Mondlane, no centro de Maputo, mesmo diante do Ministério da Saúde. E lia-se: “Basta! Tiago fora!”, “Nosso problema é o Ministro”.
“Nós achamos que a única pessoa que pode resolver os nossos problemas e parar com essa situação é a Sua Excelência o Presidente da República. O que está a ser resolvido pelo Governo são cinco pontos que são referentes a problemas que foram criados nos últimos meses. Portanto, o nosso caderno reivindicativo, tal como ele estava, não foi resolvido.”, disse o Presidente da AMM, Milton Tatia.
“Basta! O Serviço Nacional da Saúde precisa de reanimação, precisamos de resgatar a qualidade do acto médico”, lia-se em um dos dísticos.
O grupo criticou igualmente, em cântico, a última decisão do Governo de contratar 60 médicos para suprir o actual vazio desses profissionais nas unidades sanitárias do país. E os médicos repetiam: “Não somos só 60, não somos 60 não!”.
“Lamentamos o facto de desde que começámos a greve não termos tido nenhuma outra ronda negocial, assim como o facto de estarem constantemente a mudar de equipes negociais desde o início deste processo, em Outubro do ano passado. Nós estamos a prestar os serviços mínimos. Ainda ontem tivemos um encontro com os médicos especialistas, os mais velhos, e eles garantiram que estão lá a prestar os serviços mínimos”, garantiu, solicitando ao Governo que indique as unidades sanitárias onde a classe médica declinou a prestação dos serviços mínimos.
Não obstante, parente um ambiente de marcha pacífica, sem a habitual intervenção interruptiva e repressória da Polícia da República de Moçambique, os médicos diziam: “quem cuida precisa de ser cuidado”, não sendo, portanto, “um favor, mas sim uma obrigação valorizar”.
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