Trabalhadores da Nsimbi Mining Services, empresa subcontratada pela indiana Vulcan, fizeram reféns os gestores da empresa há mais de 48 horas, exigindo o pagamento de três meses de salários em atraso.
Em greve desde a segunda-feira, os cerca de 200 operários impediram alguns dos gestores, de nacionalidade zimbabueana, de seguirem viagem fora do país. O grupo alegou que os superiores hierárquicos, à semelhança de outros, pretendiam fugir, abandonando as responsabilidades para com a classe.
Os trabalhadores ameaçam permanecer nas instalações onde ficam os escritórios da empresa até que seus salários sejam pagos.
Já la vão três dias em que os gestores estão impedidos de sair dos escritórios, pelo que, acusam o grupo de os manter em cárcere privado.
Uma gestora, cujo estado de saúde inspira cuidados, disse que, na quarta-feira somente lhes foi dado o pequeno-almoço “matabicho”.
“Não tivemos almoço e nem jantar”, lamentou, citada pela STV. “Eu sou hipertensa, mas nem posso sair para comparar medicamentos”.
Nesse período de privação de liberdade, os gestores estão sem poder realizar a higiene pessoal, como banhar-se, lavar a boca e trocar de roupa.
A empresa falhou a promessa de pagar os salários de Fevereiro, Março e Abril. Um pedido de prorrogação do prazo gerou descontentamento dos trabalhadores que, agora, estão amotinados nos escritórios da empresa. Eles dizem que de lá só sairão com os salários.
“Estaremos aqui até que os nossos problemas sejam resolvidos. Vamos nos manter aqui porque de nada vale regressarmos para as nossas casas” disse um dos trabalhadores.
Outro trabalhador disse que obtiveram informações fidedignas que um dos gestores ia mesmo fugir. “Na verdade, a autoridade nacional certificou que ele estava de saída”.
A Polícia da República de Moçambique (PRM) e a Inspecção Geral do Trabalho presencia o diferendo. O Comandante provincial da PRM já esteve no local. Fracassou a tentativa de sucesso na intermediação.
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