A província de Nampula é uma das que acolhe maior número de deslocados internos que fogem da insurgência em Cabo Delgado. E a ajuda que agora é distribuída não chega para alimentar agregados familiares, dizem os deslocados.
Com o anúncio da suspensão da assistência humanitária aos mais de um milhão de deslocados internos do terrorismo de Cabo Delegado partir deste mês de Fevereiro pelo Programa Alimentar Mundial, o Instituto Nacional de Gestão e Redução de Riscos de Desastres Naturais (INGD) em Nampula, assegura que já existe uma planificação de assistência cuja prioridade são os grupos mais vulneráveis.
O Delegado do INGD em Nampula, Alberto Armando, disse à VOA, sem avançar quantidades que o Governo já mobilizou apoio junto com os demais actores para que os grupos vulneráveis não fiquem prejudicados por causa da situação.
A suspensão de ajuda humanitária aos deslocados pelo PAM, deve-se a falta de fundos, estando neste momento a necessitar de 102.5 milhões de dólares americanos, para apoiar as vítimas da insurgência nas três províncias do norte de Moçambique.
Armando disse ainda que “ por aquilo que nós percebemos, o PAM não está de braços cruzados , está a fazer a sua mobilização e a anunciar com base na situação actual , mas o Governo já recebeu essa indicação e está trabalhar para não parar a assistência humanitária aos deslocados .”
Com a escassez de recursos que vêm sendo anunciada desde o ano passado pelos parceiros internacionais, sobretudo o PAM, o Governo tem feito a distribuição da ajuda humanitária aos deslocados de dois em dois meses, ao mesmo tempo que junto de seus parceiros tem incentivado a prática da agricultura e outras actividades de rendimentos para que sejam auto-suficientes.
Contudo, as autoridades afirmam que ajuda alimentar aos deslocados não parou e esta semana distribuiu produtos alimentares aos deslocados residentes no distrito de Rapale em Nampula , que acolhe pouco mais de 3 mil.
Ali Assane, deslocado a residir no distrito de Rapale, disse à Voz de América que receberam 50kg de Arroz, 10 kg de feijão e 4 litros de óleo.
Ele explica que “a próxima ajuda só virá em em Abril ou Maio.”
Entretanto, esta metodologia de distribuição de comida adoptada pelo Governo está ser criticada pelos deslocados.
Américo Saela, deslocado, questiona como será possível com 50kg de Arroz e 10 kg de feijão garantir a alimentação de um agregado de seis pessoas num período de dois meses?
Importa referir que a província de Nampula é uma das que acolhe maior número de deslocados internos que fogem da insurgência em Cabo Delgado, são cerca de 70 mil na sua maioria mulheres e crianças.
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