​Terrorismo: Cabo Delgado tornou-se num “barril de pólvora” por causa das riquezas

O académico Lourenço do Rosário disse que o melhor momento para as autoridades de segurança moçambicanas resolverem o problema do terrorismo foi no seu início, em 2017.

Em entrevista à STV, o também membro sénior do partido Frelimo, revelou que nessa época foram realizados estudos que apuraram as causas da insurgência e o apresentaram ao Serviço de Informação e Segurança do Estado para a sua resolução. Entretanto, o poder ou responsabilidade de estancar a situação foi entregue à Polícia da República de Moçambique, tornado o terrorismo em um caso de polícia.

“Quando isto começou, em 2017, estávamos nas melhores condições de ter resolvido esta questão. E houve académicos que fizeram estudo, eu conheço, e apresentaram à Segurança do país as razões [do terrorismo]. Disseram: vamos resolver isto. Entregaram a situação à polícia para resolver”, disse, recordando o facto de ter sido a PRM a combater o terrorismo até 2020. “Então, transformaram isso em um caso de polícia”.

Ele referiu que a província de Cabo Delgado se tornou em um “barril de pólvora” devido a imensidade de recursos e possibilidade de ocorrência de actividades ilícitas com o tráfico e o garimpo.

Neste sentido, entende que a situação actual apresenta maiores desafios para se identificar os verdadeiros promotores do terrorismo e encetar diálogo.

“Não tem rosto. Você vai conversar com quem”? questionou. E disse ter dúvidas se uma suspensão da exploração de gás pode ser uma solução para travar o terrorismo. “Não sei. Se pararmos com a exploração do gás, fica a ambição”.

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