O repatriamento voluntário de cerca de 1600 famílias moçambicanas vítimas da depressão tropical Ana, acolhidas em Nsanje, no Malawi, em Janeiro deste ano, vai iniciar no dia 22 do mês corrente. Estas famílias tiveram de deixar a sua terra devido às enxurradas provocadas pela depressão tropical Ana, que igualmente causou o transbordo do rio Chire.
Para o efeito, o Governo distrital de Nsanje compromete-se a finalizar a lista de todos os deslocados que se encontram em oito centros de acomodação e enviá-la a Moçambique até esta sexta-feira. O director nacional para a Prevenção e Motivação no Instituto Nacional de Gestão do Risco de Desastres (INGD), César Tembe, garantiu à AIM, que vários actores serão envolvidos neste processo de regresso de moçambicanos a Morrumbala.
“O repatriamento afigura-se urgente. Do lado malawiano, ficou acordado que até dia 8 de Julho deverão finalizar as listas de todos os deslocados que se encontram em oito centros de acomodação”, clarificou César Tembe.
Num encontro recente entre as partes ficou definido que as listas devem conter todas as informações sobre os chefes dos agregados familiares, seus dependentes, local de proveniência, entre outros dados julgados importantes.
“Estes dados vão facilitar a organização de toda a logística necessária para que as pessoas possam ser repatriadas”, sublinhou.
Na mesma ocasião, os malawianos questionaram a delegação moçambicana sobre a retirada dos deslocados, no lugar de providenciar, nesta fase, alimentos e utensílios para o benefício de todos. Sobre o assunto, César Tembe fez saber que, durante os eventos ciclónicos, a provisão de insumos, entre vários apoios às famílias, é feita por via de muitas organizações.
“Por isso, é bom que os nossos compatriotas regressem para juntos iniciarmos o processo de reconstrução”, precisou. Na ocasião, o administrador de Morrumbala, João Nhambessa, garantiu a existência, no país, de 2300 talhões para atribuição às famílias. Importa salientar que, desde a depressão tropical, o Governo de Moçambique, através do Instituto Nacional de Gestão do Risco de Desastres, tem prestado assistência alimentar àquelas famílias.
Recentemente, a instituição canalizou cerca de quarenta toneladas de bens diversos, entre alimentos, produtos de higiene e de saúde, que foram entregues pela presidente Luísa Meque.
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