A tempestade tropical Ana passou por Moçambique e deixou um rastro de destruição indelével para cerca de 45 mil pessoas, entre as quais o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) estima que 25 sejam mulheres e crianças.
A população que mais sofre com os efeitos da passagem da intempérie são das províncias de Nampula e Zambézia, as mais povoadas do país, mas também as de Tete, Niassa, Sofala e Manica.
A autoridades nacionais dizem que a tempestade matou 20 pessoas, no entanto, a população garante que o número de vítimas mortais e ainda maior.
A tempestade “danificou quase 10.500 casas, bem como pontes, linhas eléctricas, escolas, sistemas de água e instalações de saúde”, refere a UNICEF citando o Instituto Nacional de Gestão de Desastres (INGD).
Num balanço preliminar da Protecção Civil, foram atingidas 12 instalações de saúde e 346 salas de aula (137 escolas), “deixando 27.383 alunos sem um lugar para aprender, antes do novo ano letivo, que está previsto começar na segunda-feira”, alerta o UNICEF.
O Governo anunciou que vai colocar pontes metálicas provisórias para que seja retomada a circulação em duas importantes vias rodoviárias, sobre o rio Revúbwe, na província de Tete, e sobre o rio Licungo, na Zambézia.
Entretanto, apesar de a tempestade Ana já ter passado, a Proteção Civil alerta: o risco de inundações persiste na província de Sofala, porque as chuvas continuam a alimentar bacias hidrográficas que ficaram acima dos níveis de alerta nos últimos dias.
“O UNICEF estima que precisará de 3,5 milhões de dólares para responder às necessidades imediatas das populações afectadas”, sendo que “está a utilizar os seus abastecimentos pré-posicionados e a mobilizar fundos internos”, concluiu.