“Temos que investir na profissionalização das actividades florestais para protecção do miombo”

“Temos que investir na profissionalização das actividades florestais para protecção do miombo”

A profissionalização das actividades florestais, nomeadamente o maneio, uso, processamento e assistência técnica aos produtores e comunidades, pode contribuir para a preservação da floresta do miombo.

A informação foi partilhada pela investigadora Isilda Nhantumbo, oradora que falava quinta-feira na Conferência Regional do Miombo sobre os cenários para o futuro sustentável da floresta do miombo. A oradora defendeu a necessidade de intensificação de acções regionais para a conservação, gestão e uso sustentável do ecossistema, bem como para melhoria da governação florestal.

“É fundamental a adopção de uma visão de longo prazo e de medidas combinadas para a restauração, industrialização do sector florestal, economia circular e do reinvestimento no desenvolvimento local, para reduzir o desmantamento desordenado da floresta”, disse.

Para Isilda Nhantumbo, é importante igualmente a cooperação regional com vista a um maior rastreio, monitoria, pesquisa e fiscalização do ecossistema.

A oradora referiu que o crescimento da população, urbanização, expansão da agricultura, consumo de energia de biomassa e alterações climáticas são as actuais causas da mudança de cobertura e valor da floresta do miombo.

Por sua vez, a investigadora e oradora Natasha Ribeiro, que falava sobre as dinâmicas sócio-ecológicas, maneio das florestas do miombo e valor económico, disse que este ecossistema beneficia e alimenta mais de 70 por cento das populações rurais e urbanas na África Austral.

Ribeiro disse que a maior parte das populações se alimenta dos benefícios nutritivos do miombo, da energia, saúde e outros recursos buscados e conseguidos nesta floresta.

“Este ecossistema funciona como rede de segurança quando, por exemplo, a seca afecta a actividade agrícola e a terra não consegue providenciar os recursos nutritivos. A população socorre-se do mel, cogumelos e frutos silvestres para colmatar as suas necessidades”, sublinhou.

Natasha Ribeiro avançou que, no contexto social, o miombo suporta as economias rurais e nacionais na região austral, além de favorecer o desenvolvimento do turismo baseado na natureza. “O miombo ajuda também na conservação ambiental, absorção do dióxido de carbono, efeitos das mudanças climáticas, erosão, bem como protege as bacias hidrográficas, cursos de água, ecossistemas aquáticos e outros”, frisou.

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