Taxa de juro fica nos 17,25% em 2023 e Metical aprecia 3,1%

Taxa de juro fica nos 17,25% em 2023 e Metical aprecia 3,1%

A consultora Fitch Solutions prevê que o Banco de Moçambique (BM) mantenha a taxa de juro de referência em 17,25% durante o próximo ano, sustentada num crescimento económico de 6,5% e numa apreciação de 3,1% do metical.

De acordo com as mais recentes análises à política económica e monetária de Moçambique, esta consultora detida pelos mesmos donos da agência de notação financeira Fitch Ratings estima que o BM mantenha a taxa de juro de referência, conhecida como MIMO.

“Antevemos que o abrandamento do crescimento dos preços vá limitar o ímpeto do banco central para subir a taxa, e que o forte crescimento económico desincentive um corte na taxa”, escrevem os analistas no comentário enviado aos investidores, e a que a Lusa teve acesso.

No relatório, a Fitch Solutions escreve também que o metical deverá continuar a transacionar na mesma banda de 63 a 64 meticais por dólar nas próximas semanas, terminando nos 63,70 meticais por dólar no final do ano.

“Antevemos que o comité de política monetária vá manter a taxa de 17,25% na reunião de 30 de novembro, depois de aumentado a taxa em 400 pontos base este ano, para 17,25%”, escrevem os analistas, notando que este é o valor mais elevado desde Mrço de 2018.

Na base da previsão da Fitch Solutions está a desaceleração da inflação pela segunda vez consecutiva este ano, para 11,8%, depois de já ter chegado aos 12,1% em Agosto, devendo terminar o ano nos 10,2%.

“Em 2023, vemos o Banco de Moçambique a manter a taxa de juro nos 17,25% devido ao abrandamento da inflação e à aceleração do crescimento do Produto Interno Bruto”, vincam os analistas.

O metical, escrevem os analistas, deverá valorizar-se 3,1% em 2023, para uma média de 61,85 meticais por dólar, “alicerçado na melhoria dos fundamentos macroeconómicos e na subida das receitas das exportações de gás”.

Quanto ao crescimento económico, a Fitch Solutions antecipa que Moçambique registe uma expansão de 5,3% este ano e de 6,5% no próximo ano, acima da média de cinco anos anterior à pandemia, quando o crescimento foi de 4%.

“Isto acontece devido ao efeito base baixo e ao aumento dos investimentos e da produção no setor do gás natural liquefeito, no norte do país”, conclui-se ainda no relatório.(Lusa)

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