O recém-aprovado plano de reestruturação da companhia de transportes aéreos de Portugal (TAP) obriga a transportadora a desfazer-se de três empresas, depois de ver-se abalada por uma queda de receitas devido à pandemia da covid-19.
O acordo com a Comissão Europeia (CE) leva a TAP a vender a empresa de handling Groundforce, a de catering Caterinpor e a de manutenção VEM (Varig Engenharia e Manutenção) Brasil actual TAP M&E Brasil. Contas negativas podem tornar preferível liquidar a operação brasileira.
O entendimento com a CE prevê que a TAP compense as ajudas do Estado, e a saída é justamente a venda das três empresas e a perda de 18 “slots” no aeroporto de Lisboa.
A perda de “Slots”
“Slots” são autorizações para posições no aeroporto em determinadas faixas horárias, que são disputadas pelas companhias aéreas. Ao perder nove deles, que equivalem a 18 movimentos (nove aterragens e nove descolagens), companhias como a Ryannair (que colocou um processo contra a TAP) terão espaço para crescer a sua operação. Este é precisamente um dos objetivos de Bruxelas: aumentar a concorrência.
É um dos principais “remédios” impostos por Bruxelas, que implica a perda de quota de mercado no Aeroporto Humberto Delgado, o “hub” de Lisboa. A TAP é a empresa com maior presença nesta infraestrutura, representando perto de 50% da operação. A proporção irá assim reduzir-se.