O Sudão do Sul pode estar à beira da pior crise humanitária de todos os tempos no mundo, alertam as diversas organizações da Organização das Nações Unidas (ONU).
Edem Wosornu, diretor de operações do escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU, disse que o país está possivelmente a caminho de ter a pior crise de fome do mundo.
“Os nossos parceiros humanitários estimam que, nas próximas semanas e meses, cerca de 222 mil crianças poderão morrer de desnutrição”, alertou Wosornu.
A ONU refere que a violência no Sudão do Sul aumentou em 35% no último trimestre de 2023, devido a conflitos intercomunitários.
“Uma crise humanitária está a acontecer no Sudão sob um véu de inação e desatenção internacional. Simplificando, estamos falhando com o povo do Sudão”, reconheceu.
A Missão das Nações Unidas no Sudão do Sul (UNMISS) registou 233 incidentes de violência afectando 862 pessoas. O novo relatório confirmou 406 mortos, 293 feridos e 100 sequestrados, além de 63 pessoas submetidas a violência sexual relacionada ao conflito.
Segundo a pesquisa, a violência cometida por milícias comunitárias ou grupos de defesa civil contabilizou 86% dos casos nos quais civis foram afetados.
Mais da metade — 263 mortos e 186 feridos — morreu vítima de disputas territoriais internas do grupo étnico dinka, entre os chamados twic dinka, do estado de Warrap, foco do conflito, e os ngok dinka, da região rica em petróleo de Abyei.
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