Apenas oito em cada 100 moçambicanos com idade para frequentar ensino superior estão neste subsistema, revelou hoje o Presidente da República Filipe Nyusi.
A taxa é inferior à média da África Austral, actualmente calculada em cerca de 33 por cento, América Latina (52 por cento), Europa (70 porcento), o que para o estadista moçambicano “demonstra o quão é acertada a nossa política de alargar a oferta”.
Nyusi falava na manhã de hoje (24), em Maputo, durante a inauguração do novo edifício da Faculdade de Ciências e Apresentação do Programa de Capacitação Laboratorial da Faculdade de Engenharia da Universidade Eduardo Mondlane (UEM).
Por isso, disse o estadista moçambicano, permanece como desafio para o ensino superior do país procurar um maior equilíbrio no acesso ao ensino superior.
“Um dos desafios que persistem no ensino superior é a distribuição desproporcional por regiões e províncias do país da população estudantil”, explicou.
“Apesar deste desequilíbrio herdado, nos últimos anos estamos a registar um progresso significativo e maior equidade de género”, sublinhou.
Outro desafio, disse Nyusi, é o desequilíbrio da população estudantil que frequenta os cursos de ciências sociais, letras, humanidades com 73,4 por cento contra 26,6 por cento dos cursos de engenharia e matemática.
O Chefe de Estado também apontou o é o rácio docente-estudante como sendo mais um desafio que o ensino superior enfrenta em Moçambique.
“Quanto aos rácios de docente-estudante os dados mostram que, de um modo geral, um docente do ensino superior está para 18 estudantes, um docente a tempo inteiro está para 36 estudantes e um docente a tempo inteiro com grau de doutor está para 211 estudantes” pelo que “há que trabalhar para melhorar este indicador”, referiu.
Para melhorar o actual cenário, urge adoptar outras medidas tais como elevar a qualidade do corpo docente, melhorar a taxa bruta de escolaridade observando as “questões” geográficas e de género, equilibrar a oferta de cursos, alinhar a qualidade do graduado com exigência do mercado do trabalho e garantir a oferta de cursos e programas relevantes e com qualidade e resposta aos desafios da era digital.
“Queremos mais autonomia para haver mais pensadores”, apontou.
(Texto: AIM)
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