Soldados sul-africanos rendem-se ao M23 na RDC e são feitos prisioneiros

Soldados sul-africanos rendem-se ao M23 na RDC e são feitos prisioneiros

Vários soldados sul-africanos que foram enviados pelo Governo sul-africano para a República Democrática do Congo (RDC) como parte de uma força mal equipada e mal preparada renderam-se aos rebeldes do M23 na semana passada. Os soldados estão agora alegadamente a ser mantidos como reféns pelo M23.

Os soldados fazem parte de uma Força de Defesa Nacional Sul-Africana (SANDF) destacada para atacar os rebeldes do M23 especificamente no leste da RDC. Esta situação surge na sequência da retirada de uma Força de Segurança Regional da África Oriental, liderada pelo Quénia, que evitou um confronto com o M23.

O M23 foi formado após o genocídio do Ruanda como uma força de defesa local no leste da RDC para proteger as comunidades tutsis da RDC e do Ruanda contra os ataques contínuos das FDLR, que têm como único objectivo político e militar a continuação do genocídio dos tutsis.

Segundo o portal “National Security News”, o grupo opera na região leste da RDC há muitos anos, conhece o terreno e está integrado com sectores da população local. As lições aprendidas com a Brigada de Intervenção da Força da SADC/Monusco e com a sua sucessora, a Força Regional de Manutenção da Paz da África Oriental, mostram que qualquer nova força de intervenção na RDC deve ser de dimensão considerável para ser bem sucedida numa missão de manutenção da paz.

De uma força inicial de cerca de 19.815 tropas, o pessoal uniformizado da MONUSCO diminuiu para cerca de 16.316 efectivos, incluindo uma força máxima autorizada de 14.000 militares (incluindo tropas de contingente, peritos em missão e oficiais do estado-maior), 660 observadores militares, 591 oficiais de polícia e 1.050 efectivos de unidades de polícia formadas. Estes efectivos provêm de mais de 50 países de todo o mundo.

O seu sucessor, a Força Regional de Segurança da África Oriental, contava com 6.500 a 12.000 efectivos.

Outras lições do destacamento da Monusco incluem a necessidade de uma cobertura aérea alargada, bem como de elementos de transporte e aéreos. Uma força de intervenção deve também ter capacidades de forças especiais e mobilidade em terrenos muito difíceis. Também são necessárias informações tácticas e operacionais e poder de fogo suficiente.

A SANDF dispõe apenas de um avião C-130 operacional para transporte aéreo pesado. Não tem praticamente nenhum poder aéreo para utilizar. Tem apenas alguns helicópteros disponíveis para todas as missões nacionais e internacionais – cinco Oryx, de um total inicial de 39, e três Rooivalk, de um total de 11.

Contudo, a SANDF está a sofrer pesadas baixas. Até agora, as SANDF informaram que dois dos seus soldados tinham sido mortos num ataque de morteiro perto da cidade de Goma, a leste. A SANDF disse que mais três soldados ficaram feridos no ataque. É provável que haja mais baixas todas as semanas e, para além disso, paira o espectro de uma derrota estratégica desastrosa e dispendiosa das forças sul-africanas.

Na semana passada, a crise em torno do destacamento da SANDF no leste da RDC agravou-se dramaticamente. As SANDF sofreram mais baixas quando atacaram as formações do M23. Durante o combate, vários soldados sul-africanos ter-se-ão rendido ao M23 e terão sido feitos prisioneiros pelo M23, juntamente com soldados do Maláui.

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