Evan Gershkovich, jornalista do Wall Street Journal, foi detido, na quinta-feira, pelo Serviço de Segurança Federal Russo (FSB), na cidade de Yekaterinburg, nos Urais, sob suspeita de espionagem.
Descrito como “profissional” e “dedicado”, Evan Gershkovich, de 31 anos, morava no Reino Unido e viajava para a Rússia para missões de duas a três semanas, como escreve a NBC News, citado pelo Notícias ao Minuto.
Avança o site que citamos que o jornalista nasceu nos Estados Unidos e cresceu em Princeton, centro de Nova Jersey. Os pais, que falam russo, são da antiga União Soviética, e fugiram na década de 1980.
Nas redes sociais, foram vários os jornalistas que saíram em defesa do colega, pedindo a sua libertação.
“O nosso melhor amigo e jornalista profissional Evan Gershkovich foi detido na Rússia por fazer o seu trabalho e deve ser libertado imediatamente”, escreveu Polina Ivanova, correspondente do Financial Times. “Jornalismo não é crime. As denúncias são ridículas”, acrescentou, citado pelo site.
Também Joshua Yaffa, do The New Yorker, elogiou Gershkovich e descreveu as acusações contra o jornalista como “obviamente falsas”. “Notícias de que o meu amigo, colega e repórter totalmente profissional Evan Gershkovich foi detido enquanto fazia o seu trabalho na Rússia. Espero e confio que ele será libertado em breve. Escusado será dizer que jornalismo não é crime”, escreveu.
Já a repórter do Washington Post Robyn Dixon disse que conhece e “admira” Gershkovich, um “jornalista excelente e altamente respeitado”, enquanto o jornalista Leonid Ragozin disse que o colega “obviamente não é um espião, mas um jornalista muito bom”. “O Kremlin fê-lo refém”, acusou.
Gershkovich sempre escreveu muito bem, segundo o amigo, mas acredita que a paixão pelo jornalismo veio quando trabalho como freelancer para publicações em inglês durante o tempo que passou na Tailândia, levando-o a sentir que a sua vocação era escrever sobre a Rússia.
“Ela preocupa-se muito com a Rússia e o povo russo”, disse.
O perfil de Gershkovich no LinkedIn indica que terminou a faculdade em 2014 e começou a sua carreira como assistente de notícias no The New York Times. Em 2017, foi contratado pelo The Moscow Times e, três anos depois, mudou-se para a Agence France-Presse.
Atualmente, trabalhava no The Wall Street Journal, para o qual foi contratado em Janeiro de 2022.
Em comunicado, o Wall Street Journal negou “veementemente” as acusações contra Gershkovich e disse que procura a sua libertação imediata, descrevendo-o como um “repórter de confiança e dedicado”
O jornalista ficará em prisão preventiva até pelo menos 29 de Maio. (NM)
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