Shafee Sidat recusa prover água e energia a residentes de Milhulamete

Shafee Sidat recusa prover água e energia a residentes de Milhulamete

Está instalado o braço de ferro entre o edil de Marracuene e os residentes desta autarquia que disputam espaço com a empresa Milhulamete Limitada, há largos anos. 

O edil, Shafee Sidat, ordenou a proibição no fornecimento de água e energia da rede pública aos residentes de Marracuene que disputam espaço com a empresa Milhulamete Limitada.

À mercê da decisão do tribunal, Sidat avisa que vai demolir as construções erguidas pelos residentes, uma vez que as mesmas são ilegais e desordenadas.

O problema remonta desde 2023 quando supostos nativos decidiram reivindicar cerca de 500 hectares de terra, afirmando que são os donos legítimos, enquanto do outro lado, está a Milhulamete, que afirma ter Direito de Uso e Aproveitamento da Terra.

Sem se saber de que lado está a verdade, os moradores na altura começaram a erguer moradias, segundo escreve “O País” citando uma fonte local.

Entretanto, no entender de Shafee Sidat, as construções erguidas naquela parcela são desordenadas e ilegais.

“Nós estamos neste momento num processo de invasão. Já fizemos duas demolições. Neste momento encontramos outra vez em processo para novamente agirmos nesta área, mas não pode ser sempre assim. Estamos protelando essas situações, mas até agora não temos solução. São construções desordenadas e desorganizadas numa zona muito nobre”.

Até ao momento, foram demolidas cerca de 60 casas construídas irregularmente, mas pode haver mais.

“Se a decisão chegar não teremos problemas em demolir todas as outras que estão lá porque as pessoas estão devidamente avisadas há muito tempo, que esta área não é para construir até uma decisão final”.

Lucas Chivambo, advogado dos supostos nativos, diz que não há cabimento na decisão da edilidade. “As obras não são ilegais nem desconhecidas. A edilidade surgiu há 6 meses, mas o processo existe há 8 anos. Os nativos estão aqui desde 2014. As obras um pouco mais regredidas e as que estão avançadas dependem de cada um”.

Chivambo explicou que o Tribunal Supremo já tinha decidido a favor dos nativos. “Surgiu um segundo embargo em 2022 intentado novamente contra as mesmas pessoas já no Tribunal Provincial.

“Fomos lá e houve contraditório diferido, levantou-se novamente o segundo embargo enquanto isso, vem correndo a acção principal que até hoje teve decisão que foi ao Tribunal Supremo que deu como procedente a acção intentada pela Milhulamente, logo, essa improcedência, automaticamente, a outra parte, nesse caso, que são os nativos”.

Para ele, os supostos nativos têm todo o direito de usar o espaço, apesar de ainda não haver decisão judicial. “Não há nenhum comando legal para impedir ocupantes dessas terras de fazer o que lhes convier, não há nenhum comando legal. Aquilo que está a fazer é uma ingerência, não devia se meter nesse assunto. Ele devia ser claro com a comunidade de que ele não tem palavra com um assunto que está em tribunal e podemos concluir que ele tem interesses”, criticou. ( Fonte: O País)

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