Sete moçambicanos estão entre 84 cidadãos de outras nacionalidades acusados de violar sexualmente oito mulheres, de um grupo de 12 modelos, durante a gravação de um vídeo musical, na quinta-feira da semana passada, numa lixeira da mina de Krugersdorp, na província de Gauteng, na África do Sul, segundo a polícia local.

Entre os suspeitos, quatro são do Lesotho, quatro são do Zimbabué, um do Camarões e outro do Maláui, de acordo com Fred Kakana, Comissário da polícia na RSA, citado pelo canal STV.

“São garimpeiros ilegais sem nenhuma documentação”, disse Kakana.

Após as diligências, os indiciados foram levados, esta segunda-feira, para o tribunal de Krugersdorp, onde havia uma multidão de pessoas a protestar contra o estupro daquelas jovens.

A imprensa sul-africana disse que as vítimas estão na faixa de 19 anos de idade. Algumas são da cidade de Alexandra e outras de Joanesburgo.

Um fonte entrevistada pela eNCA disse que ainda não tinha sido possível falar com os familiares das vítimas que era preciso reservar-se ainda um espaço de ‘reflexão’, até mesmo para a comunidade “em estado de choque”.

Os indiciados, entre eles um menor de idade, cuja acusação foi reencaminhada para o justiça criminal juvenil, serão novamente presentes em tribunal amanhã, quarta-feira.

A pedido do Ministro sul-africano da Polícia, os suspeitos, ora detidos, poderão ser submetidos a exame de sangue para comprovar ou afastar a possibilidade do seu envolvimento no crime de violação sexual.

Sem especificar a fonte, a STV disse que as autoridades moçambicanas ainda não foram notificadas sobre o caso.

O partido sul-africano no poder, Congresso Nacional Africano (ANC, na sigle em inglês), é da opinião que as relações bilaterais entre a África do Sul e Moçambique não devem ser colocadas em causa.

“Apesar desse crime hediondo, não podemos agir com violência para com os cidadãos do nosso país irmão”, disse Lesego Makhubela, porta-voz do ANC.

Além do crime de violação de mulheres, os 84 suspeitos sofrem acusações de mineração ilegal, violação da lei de imigração e posse de bens de proveniência duvidosa.

A província de Gauteng é a que mais acolhe cidadãos oriundos de moçambique por diversas razões e é o centro dos ataques xenófobos.