A progressiva segurança em Cabo Delgado deverá permitir reatar contactos e traçar um novo cronograma do megaprojecto de gás do Rovuma, disse hoje o ministro dos Recursos Minerais e Energia, Max Tonela.
O projecto foi interrompido em Março, devido à violência armada provocada por insurgentes.
“As equipas estão em ‘stand-by’ e houve necessidade de desmobilizar vários contratos para mitigar ou minimizar os custos durantes o período de interrupção”, explicou o governante aos jornalistas durante uma visita à província.
“O que nós vamos fazer, seguindo a normalização da situação de segurança, é retomar os contactos para desenhar o novo cronograma, mas isso será feito a seu tempo”, detalhou.
A retoma dos projectos acontecerá logo que estejam “asseguradas condições de segurança e estabilidade a longo prazo”, disse ainda o ministro, em linha com o que tem sido anunciado pelos intervenientes, desde Março.
Questionado pelos jornalistas sobre se o aumento de segurança corresponde a um perímetro seguro em redor dos projectos de gás, Tonela respondeu que a tranquilidade deve chegar a toda a província, sem limites.
“O objectivo do Governo é que haja segurança em todas as zonas afectadas pela acção terrorista e essa é também a perspetiva que temos com as [empresas] concessionárias dos projectos de gás”, ou seja, permitir que “as populações possam regressar e tirar benefício dos projectos”, disse.
O megaprojecto da Área 1, liderado pela petrolífera francesa Total, o maior investimento privado em África (da ordem dos 25 mil milhões de dólares), está em construção e tinha arranque previsto para 2024, antes da suspensão ocorrida em Março.
Grupos armados aterrorizam a província de Cabo Delgado desde 2017, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.
Agência Lusa