A Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), a maior entidade patronal do país, alertou nesta quinta-feira, para prejuízos na economia do país devido à onda de ataques a camiões de transporte de mercadorias na África do Sul. Para tal, o sector privado defende o reforço da segurança nas rodovias.

Segundo o vice-presidente da CTA para o pelouro do Transporte de Carga, Flávio Naiene, citado pela Lusa, a economia vai voltar para trás, porque as pessoas têm medo de investir, de pôr os camiões na rua, isto vai trazer muitos problemas, tanto para os operadores de transporte como para o comércio.

O governo sul-africano, anunciou na quarta-feira, que pelo menos 21 camiões foram queimados em acções de violência armada em três províncias do país desde sábado passado.

“Outros tantos transportadores com camiões de carga parquearam os seus veículos devido à violência nas estradas sul-africanas. Eu, em particular, tenho os camiões parados, porque tenho medo de ir para a África do Sul, eu dei emprego aos meus motoristas, não para os entregar às suas famílias num caixão”, avançou Flávio Naiene.

Flávio Naiene acrescentou que a África do Sul é a principal fonte de abastecimento em bens essenciais das regiões sul e centro de Moçambique e com a violência contra os transportadores “os preços vão disparar”.

A fonte assinalou que a insegurança nas rodovias que ligam a África do Sul e Moçambique vai obrigar transportadores a falhar o pagamento de dívidas a bancos, porque os carros não estão a render, por estarem acantonados.