Sector empresarial indisponível para aumentar salários mínimos

A CTA – Confederação das Associações Económicas de Moçambique, principal organização patronal do país, anunciou quarta-feira estar indisponível para aumentar os salários mínimos, comparando o estado das empresas a entidades “em coma” devido ao covid-19.

“Negociar nestas circunstâncias é claramente igual a ir negociar com alguém que está em coma”, referiu Vasco Manhiça, vice-presidente da CTA.

“Nenhuma empresa está a respirar de boa saúde e se não temos capacidade neste momento, é impensável entrarmos num processo de negociação”, acrescentou.

Segundo o responsável, “no caso dos ajustamentos dos salários mínimos”, constata-se “que os motivos que ditaram a suspensão do processo negocial no ano transacto prevalecem”.

De acordo com a avaliação da CTA, em 2020, o sector empresarial “registou perdas de faturação estimadas em cerca de 1,1 mil milhões de dólares, o correspondente a 7% do PIB [Produto Interno Bruto], tendo culminado com a suspensão de cerca de 90 mil postos de trabalho”.

Apesar de haver uma recuperação tímida no final de 2020, “no primeiro trimestre do presente ano o quadro tornou-se ainda mais complicado, devido ao surgimento da segunda vaga de covid-19”, referiu Vasco Manhiça.

“As empresas nacionais continuam se ressentindo do contexto adverso que caracteriza a nossa economia, sendo que após um primeiro trimestre absolutamente negro, estão neste momento a tentar criar bases para a sua revitalização”, face a um alívio de restrições de prevenção da covid-19, frisou.

Mas, “não será um processo repentino”, alertou.

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