O sector da saúde enfrenta desafios cada vez maiores devido à instabilidade política, que tem provocado danos nas infra-estruturas, especialmente nas províncias de Maputo, Nampula e Zambézia.
Um dos armazéns do centro de abastecimento de medicamentos em Maputo foi destruído na semana passada por um incêndio, resultando na perda de medicamentos avaliados em 5 milhões de dólares. As unidades hospitalares do país têm sofrido impactos dos protestos pós-eleitorais.
Há danos a materiais, infra-estruturas e restrições no acesso aos hospitais, devido ao facto de as vias estarem bloqueadas. Numa publicação da RFI, o secretário permanente do ministério da Saúde, Ivan Manhiça, afirmou que “a maioria dos pacientes que chega aos hospitais com lesões acaba por ficar internada por mais tempo, sobrecarregando as unidades de saúde”.
Entretanto, o governante garante que “não houve um aumento significativo no número de óbitos dentro dos hospitais”.
Para enfrentar a crescente procura nas unidades sanitárias, especialmente devido aos traumas que resultam de acidentes, malária e manifestações políticas, Moçambique lançou uma campanha nacional de doação de sangue. “Esta campanha, que dura até Janeiro, é dirigida a toda a sociedade. A expectativa é de que possamos arrecadar pelo menos 3000 unidades de sangue para atender a população moçambicana que necessita nas nossas unidades sanitárias”, explicou o secretário permanente.
As manifestações no país têm gerado um clima de medo e, nalgumas situações, resultam em ameaças e agressões dirigidas aos profissionais de saúde, além de danos a infra-estruturas, como centros de saúde e ambulâncias. A mobilidade dos profissionais e das viaturas foi afectada, sobrecarregando as unidades sanitárias e dificultando o atendimento a pacientes crónicos, grávidas e crianças.
A capacidade de resposta das unidades hospitalares está a comprometer as províncias de Maputo, Nampula e Zambézia. “A mobilidade dos profissionais e das viaturas foi severamente afectada”, descreve Ivan Manhiça, tendo sobrecarregado as unidades sanitárias e dificultado o atendimento, especialmente a pacientes crónicos, grávidas e crianças.
A fonte explicou, ainda, que “os profissionais de saúde estão a ter dificuldades para circular livremente, afectando a capacidade de resposta dos hospitais, particularmente nas províncias de Maputo, Nampula e Zambézia”.
(Foto DR)
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