“Se a Total não voltar, vamos dar o gás a outro explorador”

A petrolífera francesa TotalEnergies está a pressionar o Governo moçambicano para criar condições de segurança em Cabo Delgado de modo a retomar as actividades de exploração de Gás Natural Liquefeito (GNL), na Bacia do Rovuma, segundo o Presidente da República.

Filipe Nyusi revelou, esta quinta-feira, em Maputo, que tem mantido conversas com o presidente da Total, Patrick Jean Pouyanné, e que nas interlocuções nunca levantaram a possibilidade de petrolífera não regressar ao terreno.

“Nós nunca chegamos a pensar que a Total pode não voltar…. A Total é que pressiona o Governo para que o Estado faça a sua parte”, disse Nyusi à margem da Reunião de Negócios da Agenda Africana da Comunidade dos Presidentes dos Conselhos de Administração e Directores Executivos.

No entanto, Nysui disse que se por algum motivo a multinacional suspender definitivamente as suas operações, o gás não vai desaparecer e poderá ser entregue a uma outra firma.

“Nós não colocamos a hipótese de a Total não voltar. Mas bem, caso isso aconteça, o gás está lá […] há quem pode explorar também. Não é um produto que desaparece. Mas nós não pensamos na negativa”, alertou, reconhecendo o papel da empresa no apoio ao desenvolvimento da camada juvenil em Cabo Delgado.

Este diálogo permanente com Total foi ontem anunciado pelo Ministro dos Recursos Minerais e Energia, Carlos Zacarias, que certificou o regresso da firma e retoma das operações ainda para este ano, “apesar de já só faltarem poucos meses para terminar”.

A Total, cujo consórcio vai investir mais de 20 mil milhões de dólares na exploração de GNL, suspendeu o desenvolvimento do projecto na região devido a um ataque em 2021, a redores das infraestruturas do empreendimento, no distrito de Palma, em Cabo Delgado.

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