O saldo da Conta Corrente (CC) melhorou em Moçambique durante o ano passado, em 4,6 mil milhões de dólares, mas continua, ainda assim, em negativo, relata o Banco de Moçambique (BdM).
Segundo o boletim anual da Balança de Pagamentos, divulgado hoje, quinta-feira (02), pelo BdM, e a que o MZNews teve acesso, no ano passado, o saldo da Conta Corrente foi de 2,4 mil milhões de dólares negativos (défice), contra os 6,8 mil milhões de dólares registados em igual período do ano anterior.
“A melhoria do saldo da Conta Corrente deveu-se aos seguintes factores: redução do défice da Conta de Bens, em 82,1% para 903,2 milhões de dólares, queda do défice da Conta de Serviços, em 46,4% para 786,5 milhões”, refere o documento, sublinhando que, no período em referência, o valor das importações de serviços por parte dos Grandes Projectos (GP) baixou 716,8 milhões de dólares comparativamente ao ano de 2022.
Adicionalmente, o documento explica que excluindo as operações de GP, o défice da CC registou um decréscimo de 10,1 %, tendo-se fixado em 4,8 mil milhões de dólares (23,7 % do PIB), justificado, essencialmente, pela melhoria dos saldos negativos de serviços e rendimentos primários em 61,4 % e 43,2 %, respectivamente.
“A contracção do saldo de serviços é reflexo da diminuição dos gastos na maioria dos serviços, destacando-se os transportes que em termos líquidos apresentam um saldo positivo. Por sua vez, a queda nos rendimentos primários é consequência da redução dos pagamentos, por um lado, de lucros e dividendos de investimento directo e, por outro, dos juros da dívida pública, em 40,5 % e 7,4 %, para as cifras de 229 milhões e 167,1 milhões de dólares, respectivamente”, lê-se no boletim.
Entretanto, o decréscimo do défice da CC foi contraposto pelo agravamento do saldo deficitário de rendimentos primários, em 29,2 %, fixando-se em 1,8 mil milhões de dólares (8,9 % do PIB), explicado pelo incremento dos pagamentos líquidos dos rendimentos de investimento directo (juros de empréstimos a favor dos investidores directos) em 25 % e de outro investimento (juros de dívida privada), em 77,8 %, respectivamente.
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