RMDDH acusa o Estado de ter assassinado Anastácio Matavel, em período eleitoral

RMDDH acusa o Estado de ter assassinado Anastácio Matavel, em período eleitoral

“É o Estado moçambicano que matou Matavel”

O Director da Rede Moçambicana dos Defensores de Direitos Humanos (RMDDH), Adriano Nuvunga, acusou, hoje, o Estado moçambicano de ter assassinado o activista social e defensor dos direitos humanos Anastácio Matavel.

“Matavel não foi assassinado por um bêbado, foi o Estado moçambicano que matou Anastácio Matavel. É um crime do Estado que tirou a vida de Anastácio Matavel”, frisou.

O activista foi assassinado no dia 07 de Outubro de 2019, por seis agentes do Grupo de Operações Especiais (GOE). Foi crivado de 13 balas em pleno período eleitoral.

Ele referiu que após o crime, os agentes do GOE foram encontrados em decorrência de um acidente de viação nas imediações do local do mártir. “Sorte a nossa. Eles foram encontrados com uniformes, crachás e armas da polícia, do Estado moçambicano”.

Em Junho de 2020, o Tribunal Judicial da Província de Gaza condenou seis réus a penas que varia de três a 24 anos de prisão. O Estado foi absolvido da acusação, pois, no entendimento do tribunal, os arguidos agiram no nome e interesse próprios.

Para o RMDDH existe um mandante do crime, mas ainda não foi identificado. E, a organização entende que, pelo número de balas disparadas, havia outra intenção detrás do assassinato.

“Ao se disparar 13 balas contra um cidadão do bem, a intenção na era apenas matar. Era matar Matavel fisicamente, mas também atingir o estado de espírito de cada um de nós. Queriam matar o movimento da defesa dos direitos humanos no país. E, por isso, mesmo tendo sido encontrados, e a luta feita para que fossem entregues à justiça, se comportou daquela maneira a justiça, negando justiça, ao povo moçambicano e à família de Matavel”, notou.

Ele criticou o facto de, havendo evidências, a procuradoria local não ter intimado o mandante do crime, bem como ter atribuído penas brandas aos assassinos.

Nuvunga recordou que naquele ano os observadores descobriram que se inflacionou para o dobro o número de eleitores na província, a fim de assegurar maior número de assentos na Assembleia da República.

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