“Risco de inundações cresce em todo o mundo”, indica nova investigação

Uma nova investigação publicada pela Cloud to Street, parceira da Willis Research Network, oferece novos elementos e informações sobre o crescente risco de inundações em todo o mundo. A Cloud to Street usa observações directas de cheias por satélite e refina estes dados geoespaciais com tecnologias de machine learning, inteligência artificial e outros métodos, em vez de estimativas modeladas que são normalmente utilizadas na indústria Seguradora.

A investigação, intitulada Global Flood Database, oferece uma visão abrangente da exposição a cheias em todo o mundo e demonstra como métodos alternativos de análise de riscos de cheias através de plataformas como a Cloud to Street permitem às seguradoras entender estes fenómenos de uma forma nova e revolucionária. Toda a base de dados está hospedada publicamente em Global-flood-database.cloudtostreet.ai.

A análise citada pelo portal Greensavers, revela que a proporção da população global exposta às cheias cresceu 24% desde o início do novo milénio, muito acima das expectativas iniciais dos cientistas. A exposição crescente e um número cada vez maior de eventos explicam o rápido aumento, de acordo com a investigação.

Desde que a Cloud to Street se juntou à Willis Research Network em 2020, ambas as partes têm trabalhado no sentido de abordar as lacunas de seguros nos países em desenvolvimento, onde cerca de 90% das perdas económicas resultantes de desastres permanecem por segurar, colocando famílias economicamente vulneráveis em maior risco e atrasando a recuperação.

Hoje, a maioria dos mapas de cheias depende de modelos que simulam inundações com base nos dados de solo disponíveis, como elevação, precipitação e sensores geológicos. Estes modelos são demorados e podem ter limitações substanciais, ignorando totalmente os incidentes de cheia em regiões historicamente não propensas a estes acidentes. Isto conduz a uma grande lacuna na cobertura de seguros contra cheias e a uma baixa penetração destes seguros em todo o mundo, onde a cobertura não está disponível ou é inadequada.

Já a Global Flood Database da Cloud to Street baseia-se em observações de satélite de cheias reais nas últimas duas décadas, o que representa uma mudança radical no desenvolvimento de uma visão abrangente do risco de cheia global. Isto permite análises adicionais do âmbito, impacto e tendências de cheias recentes, um grande avanço no campo do mapeamento de cheias, algo essencial para capturar desastres resultantes das mudanças climáticas, ao mesmo tempo que permite uma maior penetração de seguros contra cheias em todo o mundo.

Bessie Schwarz, CEO e Co-fundadora da Cloud to Street, afirma que “cada vez mais pessoas e bens são afetados pelas cheias, comparativamente com qualquer outro desastre causado pelo clima. Sentimo-nos orgulhosos por ajudar governos e seguradoras a proteger milhões de pessoas e milhares de milhões em ativos, algo que antes não podiam fazer”.

Por seu turno, Nuno Arruda, Administrador Executivo, Head of Sales and Client Management para Portugal da Willis Towers Watson defende que “esta investigação contribui para uma cada vez maior consciência de todos os stakeholders (governos, organizações/empresas, indivíduos) para o impacto das alterações climáticas e para a necessidade imperativa de tomar medidas urgentes, ao mesmo tempo que os modelos desenvolvidos são fundamentais para que empresas e pessoas tomem decisões informadas de gestão e proteção dos seus ativos, investimentos, cadeias de abastecimento, etc., relativamente a um risco cuja frequência e severidade está a aumentar drasticamente.”

Os investigadores analisaram imagens diárias de satélite para estimar tanto a extensão como a população exposta a mais de 900 eventos de cheias entre 2000 e 2018, tendo concluído que entre 255 e 290 milhões de pessoas foram directamente afectadas (e entre 2000 e 2015 a população nos locais afectados cresceu entre 58 e 86 milhões de pessoas).

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