Responsável da Área de Livre Comércio Africana critica novas proibições

O secretário-geral da Área de Livre Comércio Continental Africana classificou as proibições de viagens contra países da África Austral devido à variante Ómicron como “restrições disfarçadas” ao comércio e crescimento comercial do continente.

Wamkele Mene, chefe do secretariado da Área de Livre Comércio Continental Africana (AfCFTA, na sigla em inglês), disse que as recentes proibições de viagens e encerramentos de fronteiras contra países da África Austral são, na verdade, violações à lei internacional do comércio.

“Uma lição que tiramos desta pandemia é que existem países no mundo que querem educar africanos sobre virtudes do comércio livre, mas, particularmente nos últimos dias, disfarçam restrições”, declarou Wamkele Mene, citado pela agência Lusa.

“É a isso que estas proibições (‘travel bans’) equivalem, são restrições sob disfarce ao comércio, são uma violação da lei de comércio internacional, uma violação do espírito do acordo de Marraquexe e estão em desrespeito completo perante ligações de mercados globais e rotas de comércio”, rematou o responsável.

Sabe-se que o Acordo de Marraquexe, assinado em abril de 1994 por 123 nações, foi o tratado que estabeleceu a criação da Organização Mundial do Comércio (OMC), um fórum para o fomento de trocas comerciais internacionais.

Vários países, incluindo da União Europeia, e os Estados Unidos da América impuseram nos últimos dias a não admissão de pessoas da África do Sul, onde se detetou a variante Ómicron, e nações vizinhas, como Moçambique, Botsuana e Zimbabué.

Wamkele Mene sublinhou que os países africanos têm de ser capazes de produzir medicamentos genéricos e manufaturar vacinas para que a população africana não esteja à mercê do sistema global para o fornecimento de vacinas de prevenção.

Fonte Lusa

 

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