A Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal partido da oposição, rejeitou hoje um eventual adiamento das eleições distritais em 2024, assinalando que o escrutínio faz parte do processo de paz, aprofundamento da democracia e reconciliação nacional.
“A realização das eleições distritais de 2024 deriva do cumprimento do comando constitucional que foi alcançado depois de um longo e sinuoso diálogo político entre a Renamo e o Governo da República de Moçambique”, disse Saimone Macuiana, presidente do conselho jurisdicional nacional do principal partido da oposição.
Macuiana reagia ao apelo que o Presidente da República, Filipe Nyusi, lançou no último dia 28 para “uma reflexão” sobre a viabilidade de realização das eleições distritais em 2024.
Hoje, na conferência de imprensa, o presidente do conselho jurisdicional da Renamo enfatizou que adiar as eleições seria uma violação da Constituição da República, porque o mesmo está previsto na lei fundamental do país, na sequência dos entendimentos alcançados entre o executivo e o partido.
“Não seria bom e nem ético, numa altura em que o processo de assuntos militares está a decorrer sem muitos sobressaltos, recuar em relação ao processo de descentralização”, realçou Saimone Macuiana.
Sobre “assuntos militares”, o responsável referia-se ao processo em curso do Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR) do braço armado da Renamo.
Aquele político avançou que o principal partido da oposição não está disponível para um diálogo ou negociações sobre uma alteração da Constituição da República que viabilize o adiamento das eleições distritais.
“A Renamo apela ao Governo da República de Moçambique para que tudo seja feito para o cumprimento rigoroso dos acordos, tanto na letra, como no espírito”, frisou Saimone Macuiana.
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