O cabeça-de-lista da Renamo, principal partido da oposição, nas eleições autárquicas em Maputo, Venâncio Mondlane, ameaçou esta segunda-feira, banir o canal público Televisão de Moçambique (TVM) por supostamente “desvirtuar” a informação sobre aquela força política na capital.
Segundo Venâncio Mondlane, que falava durante uma conferência para reiterar a contestação da Renamo à derrota atribuída pelos resultados da contagem intermédia das eleições autárquicas do último dia 11, “se a TVM continuar a desvirtuar as nossas comunicações, os nossos eventos, fiquem a saber que automaticamente se dispensam de todos os nossos próximos eventos”.
“As equipas da TVM já tinham sido expulsas pela juventude e pela população das manifestações que o principal partido da oposição tem realizado contra os resultados das eleições. Eu fiz um pedido encarecidamente para se abrir uma excepção, para que os jornalistas do canal público participassem na conferência de imprensa de hoje”, acrescentou o cabeça-de-lista da Renamo, citado pela Lusa.
Em Maputo, Mondlane avançou que o partido vai apresentar uma carta de repúdio à direcção da TVM face à alegada distorção de informação relativa às acções do partido.
Nesta segunda-feira, Venâncio Mondlane reiterou a exigência de reposição da “verdade eleitoral”, enfatizando que “a vitória da Renamo é inquestionável” em Maputo.
“Nós não vamos aceitar nenhum resultado desta natureza [de derrota] e não vamos aceitar ir a novas eleições com as mesmas pessoas que foram responsáveis pela falsificação de eleições”, afirmou.
Mondlane exigiu a responsabilização criminal de gestores dos órgãos eleitorais alegadamente envolvidos na fraude que ditou a derrota da Renamo nos resultados da contagem intermédia.
As sextas eleições autárquicas em Moçambique decorreram em 65 municípios do país no dia 11 de Outubro, incluindo 12 novas autarquias, que pela primeira vez foram a votos.
Segundo resultados distritais e provinciais intermédios divulgados pelo STAE nos últimos dias sobre 50 autarquias, a Frelimo venceu em 49 e o MDM na Beira.
Em contestação ao processo, a Renamo, principal força de oposição no país, tem conduzido marchas para reclamar vitória em vários pontos do país, denunciado uma alegada “mega-fraude” no escrutínio.
Pelo menos cinco tribunais distritais já reconheceram irregularidades nas eleições autárquicas do dia 11 em Moçambique e ordenaram a repetição de vários actos eleitorais.
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