Renamo acusa polícia de “detenções arbitrárias” e de disparar gás lacrimogéneo contra membros do partido

Renamo acusa polícia de “detenções arbitrárias” e de disparar gás lacrimogéneo contra membros do partido

A Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) acusou esta quinta-feira, a polícia de protagonizar centenas de detenções arbitrárias e de disparar gás lacrimogéneo contra membros do partido no norte e centro do país.

Numa conferência de imprensa esta quinta-feira, em Maputo, o porta-voz da Renamo, citado pela DW, disse que os episódios ocorreram na quarta-feira, quando alegadamente uma unidade da polícia invadiu as instalações do partido na cidade de Nampula, com o objectivo de resgatar um membro da corporação que foi identificado pela Renamo, à paisana, numa das marchas do partido naquela autarquia.

“Uma vez neutralizado e sem esclarecer as razões da sua infiltração, outros agentes invadiram as instalações da delegação política provincial com gás lacrimogéneo e disparos contra membros da Renamo, numa afronta ao princípio da proporcionalidade e das regras básicas de uma polícia que se pretende republicana e apartidária”, declarou José Manteigas, acusando as autoridades de terem prendido “mais de duas centenas de simpatizantes do partido”.

Segundo o principal partido de oposição em Moçambique, as alegadas detenções arbitrárias de membros da Renamo também foram registadas na autarquia de Maganja da Costa, na província da Zambézia, centro de Moçambique.

“Agentes da PRM, mais uma vez, demonstraram o seu carácter cruel e déspota ao lançarem gás lacrimogéneo contra cidadãos indefesos que marchavam pacificamente naquela urbe, com o objectivo de impedir o exercício do direito à manifestação”, acrescentou José Manteigas, que responsabilizou o Governo e o Presidente da República, Filipe Nyusi, pelos alegados crimes praticados pela polícia.

“Há ordens para molestar os cidadãos do Centro e Norte e isto vai ter o seu preço. A Frelimo [partido no poder] vai pagar por isso (…) Exortamos a todas as forças vivas a combater as tentativas de escravizar o povo moçambicano (…) A Renamo quer a reposição da verdade eleitoral”, concluiu José Manteigas.

As eleições autárquicas continuam a ser alvo de duras críticas vindas de diferentes partidos da oposição e da sociedade civil, que denunciam uma “fraude” no escrutínio, com destaque para a falsificação de editais, com algumas decisões de tribunais distritais a reconhecerem irregularidades no processo.

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