O Misa Moçambique, organização não-governamental (ONG) de defesa da liberdade de imprensa afirma que o ano de 2024 foi seguramente um dos mais défices para os jornalistas por ter se verificado as mais variadas violações contra as liberdades de imprensa.
O relatório do Misa sobre o Estado da Liberdade de Imprensa e da desinformação em Moçambique-2024, apresentado ontem, aponta para o registo de um total de 32 casos ligados às violações contra a Liberdade de Imprensa durante 2024, sendo 22 casos ligados às eleições gerais.
O documento apresentado em Maputo, refere que as violações incluem corte de internet, ameaças aos profissionais da comunicação social, violações físicas, intimidação, confisco de material, baleamentos, expulsão (envolvendo jornalistas internacionais), um desaparecimento, entre outros, registados em todas as províncias do país, sobretudo com a paralisação intencional de internet nos dias 25 e 30 de Outubro de 2024.
O Misa diz que o número representa mais quatro casos em comparação com 2023, quando as eleições autárquicas também intensificaram os ataques contra os profissionais da comunicação social, levando a um total de 28 casos (em comparação com 11 em 2022).
Entretanto, indica o relatório, “mais do que os números, foi a gravidade das situações que tornou 2024 um ano difícil para os profissionais da comunicação social neste país. Embora não tenham sido registados casos de assassinato em 2024, ao contrário de 2023, quando foi assassinado o jornalista João Chamusse, muitos jornalistas foram deliberadamente visados pela Polícia, e alguns até ficaram feridos”.
De todos os casos, as violações mais significativas da Liberdade de Imprensa estiveram directamente relacionadas com as eleições e a crise pós-eleitoral.
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