O número de refugiados que procuram asilo em Moçambique reduziu-se em 51% nos últimos seis anos, anunciou hoje o diretor-geral do Instituto Nacional de Apoio aos Refugiados, Cremildo Abreu.
A fonte, que falava em Maputo, no âmbito do Dia Mundial dos Refugiados, que se assinala nesta terça-feira, (20), disse que Moçambique já não está a ser um país de preferência por parte dos refugiados ou requerentes de asilo, tal como acontecia há seis anos.
Segundo Abreu, no total, o país conta atualmente com 28 mil refugiados e requerentes de asilo, dos quais pelo menos sete mil estão em Maratane, único campo para refugiados no país, localizado na província de Nampula.
A fonte destacou ainda que a maior parte das pessoas que procuram refúgio e segurança no país são provenientes da região dos Grandes Lagos e do Corno de África, com destaque para a República Democrática do Congo, Burundi, Ruanda e Somália.
Para o responsável, a redução do número de pessoas que procuram refúgio em Moçambique é resultado de vários motivos, entre os quais destaca-se o aumento de refugiados que pedem para ser repatriados.
“Um grande número de refugiados de centro de Maratane pediu voluntariamente para regressar ao seu país de origem e nós estamos a atender esses pedidos em coordenação com o ACNUR”, indicou a fonte citada pela Lusa.
“Com a redução, nasce a necessidade de uma revisão do sistema usado para acolher refugiados por parte do Governo, como forma de atualizá-lo à nova realidade”, prosseguiu. .
Apesar da redução dos números, o representante do ACNUR em Moçambique, Samuel Chakwera, destacou um “ambiente de proteção favorável” para refugiados em Moçambique.
“Quase todos refugiados ou requerentes de asilo têm um documento que os identifique e isso permite-lhes que possam circular à vontade”, notou Samuel Chakwera.
A província de Cabo Delgado enfrenta há largos anos, uma insurgência armada com alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.
A insurgência levou a uma resposta militar desde Julho de 2021 com apoio do Ruanda e da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), libertando distritos junto aos projetos de gás, mas surgiram novas vagas de ataques a Sul da região e na vizinha província de Nampula.
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