Raul Domingos diz haver falta de uma “cultura de democracia em Moçambique”

Raul Domingos diz haver falta de uma “cultura de democracia em Moçambique”

O embaixador moçambicano no Vaticano e antigo dirigente da Renamo, principal partido da oposição, Raul Domingos, apontou nesta sexta-feira, a falta de uma “cultura de democracia” como factor de guerras no país, defendendo a inclusão e reconciliação para uma paz efectiva.

Falando por videoconferência, a partir do Vaticano, em Roma, durante uma conferência sobre a paz e reconciliação, realizada em Maputo, por ocasião do lançamento da revista “Agora”, o antigo dirigente da Renamo referiu que: “é uma cultura de democracia que nos falta e que cria sempre conflitos”.

Para Raul Domingos, que foi negociador-chefe da delegação da Renamo nas conversações com o Governo para o Acordo Geral de Paz de 1992, afirmou que o país tem falhado na reconciliação nacional, referindo-se às acusações no Parlamento entre os deputados sobre as culpas da guerra civil que durou 16 anos.

“Na Assembleia da República, há momentos em que se perde o foco, deixa-se de discutir a agenda, para discutir quem matou [durante a guerra civil], quem destruiu [bens], isso é falta de cultura de reconciliação, de diálogo e de aceitação mútua”, destacou.

Entretanto, a fonte defendeu o imperativo da inclusão política, social, económica e cultural entre os moçambicanos, enfatizando a sua nomeação inédita, em Agosto de 2022, no cargo de embaixador como um passo importante e significativo para o caminho da reconciliação.

Partilhar este artigo

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado.