O rácio de médicos oftalmologistas em Moçambique é de um para um milhão de habitantes, revelou, hoje, em Maputo, a médica oftalmologista, Margarida Chagunda, e sugere a dotação de outros profissionais sobre matérias de saúde ocular.

“Recursos humanos para a saúde, no geral, são muito limitados, e para a saúde ocular mais ainda. Nós temos 32 oftalmologistas para um país de 32 milhões de pessoas. Portanto, um oftalmologista para um milhão de pessoas, e temos cerca de 250 técnicos de oftalmologia. É muito pouco para as nossas necessidades. Há ainda um trabalho que tem de ser feito para haver mais profissionais, não apenas de oftalmologia”, disse.

Ela sugeriu a necessidade de se expandir as dotações oftalmológicas para outros profissionais de saúde por forma a que serviços de saúde ocular estejam mais próximos e disponíveis para a população.

“Há alguma limitação no conhecimento da área da oftalmologia por parte de outros profissionais de saúde”, disse.

Falando em entrevista à Rádio Moçambique, disse que o país contava, até domingo (14), com cerca de 60.800 casos de conjuntivite hemorrágica. As províncias de Maputo, Sofala e Nampula registam maiores ocorrências. As províncias de Tete e Manica são as que apresentam menos casos notificados, têm pouco mais de 300 e 500, respectivamente. Actualmente, são reportados cerca de 500 casos em 24 horas.

Ele explicou que apesar de haver um número elevado de casos, com tendência de redução, a situação não é alarmante, pois a conjuntivite hemorrágica é uma doença benigna.

“A conjuntivite hemorrágica é uma doença benigna, que cura. A pessoa não vai ficar mais do que 10 dias com a doença. Sendo uma doença de causa viral, não há necessidade de aplicar qualquer tipo de antibiótico com tratamento. A doença cura por si só apenas com as medidas correctas de tratamento caseiro. Não há necessidade de alarme”, explicou.