O Centro de Integridade Pública (CIP) divulgou, na quinta-feira (25), um documento onde avança a suspeita de o Presidente da República, Filipe Nyusi, ter negociado a extensão da concessão do Porto de Maputo numa das suas viagens a Emirados Árabes Unidos (Dubai), entre 2022 e 2023, e pede investigação.
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Conforme a divulgação, o principal beneficiário da concessionária do Porto de Maputo é a família real dos Emirados Árabes Unidos, que detém, através da Dubai Ports World (DP World), 48.5% dos 51% da Portus Indico Sociedade de Serviços Portuários na joint Maputo Port Development Company (MPDC). A entrada na gestão do Porto de Maputo custou aos emiratis um investimento de 32 milhões de dólares. Saiba mais aqui.
“A DP World, maior acionista do MPDC e líder do consórcio privado que gere o porto de Maputo, é detida pela família real dos Emirados Árabes Unidos (EAU). A DP World é subsidiária da proeminente Dubai World, holding do Governo dos Emirados, estabelecida em Março de 2006”, lê-se.
Certa vez, Nyusi (pai) realizou duas viagens para os EUA em menos de três meses.
A organização da sociedade civil recorda que em uma das suas viagens, Nyusi levou consigo o seu filho Jacinto Ferrão Filipe Nyusi, o mesmo que, no início de Junho de 2021, casou, no Consuldado de Moçambique, em Dubai, para depois realizar o “Copo d’água” em um hotel de luxo, onde a diária mais barata ronda os mil euros e a festa de um casamento custa cerca de 250 euros a cabeça.
Segundo o jornal Evidências, em Dubai, Jacinto foi introduzido às altas individualidades locais, como ao príncipe herdeiro de Abu Dhabi, Khaled Bin Mohamed Bin Zayed, e ao presidente dos Emirados Árabes Unidos, Mohammed Bin Zayed Al Nahyan, entre outras figuras do panorama económico. Isto “é interpretado como um flagrante caso de tráfico de influências”, utilizado pelo PR moçambicano a fim de alargar “o império empresarial da família”.
O CIP apela ao Ministério Público que investigue as viagens de Nyusi aos Emirados Árabes Unidos porque já no final de mandato e envolto consecutivas viagens àquele país o seu Governo decidiu estender por mais 25 anos o prazo de concessão do Porto de Maputo, a contar a partir de 2033. Mas também, a investigação deve se estender à elite política moçambicana com alguma participação nesse negócio portuário.
Para a organização, os moldes de extensão da concessão “devem ser considerados suspeitos”.
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