A Associação dos Profissionais de Saúde Unidos e Solidários de Moçambique (APSUSM) anunciou hoje que não haverá a retoma da greve por mais 15 dias, para dar continuidade ao processo negocial.
“Não há retoma [da greve] por mais 15 dias, para dar espaço ao Governo para atender à tensão política, para não sermos confundidos. Porque a tensão política a partir de 11 de Outubro acabou interrompendo aquilo que era o diálogo entre a APSUSM e o Governo”, afirmou, em conferência de imprensa, o presidente daquela associação, Anselmo Muchave.
A APSUSM anunciou em 27 de Agosto a suspensão, até 05 de Novembro, da greve iniciada uma semana antes, para dar espaço às negociações com o Governo.
“Por não estarem satisfeitos, ainda, os profissionais de saúde, relativamente aos pontos apresentados na mesa de diálogo, também para não misturar as reivindicações com os resultados das eleições, os profissionais de saúde vão aguardar pacificamente nos seus postos de trabalho, até que a situação normalize, por mais 15 dias, até ao dia 18 de Novembro de 2023”, disse ainda o presidente da APSUSM citado pela Lusa.
Anselmo Muchave garantiu que nos próximos 15 dias não haverá “retoma” de manifestações por parte destes profissionais, reconhecendo que 45% das reivindicações foram satisfeitas: “Aguardamos que todos os pontos rápidos de resolver já tenham sido alcançados. Alguns já estão num bom passo”.
O Sistema Nacional de Saúde tem estado a enfrentar uma série de crises provocadas por greves de funcionários, convocadas, primeiro, pela Associação Médica de Moçambique (AMM), e pela Associação dos Profissionais de Saúde Unidos e Solidários de Moçambique (APSUSM), que exigem melhores condições de trabalho também para outros profissionais de saúde.
Segundo o presidente da APSUSM, a decisão de 27 de Agosto resultou de um apelo feito pelo chefe de Estado moçambicano, Filipe Nyusi, para dar espaço às conversações com a nova equipa do Governo que tenta travar o colapso do sistema nacional de saúde.
Entre outros aspectos, a APSUSM, que abrange cerca de 65.000 técnicos, serventes e enfermeiros, exige que o Governo providencie medicamentos aos hospitais, que têm, em alguns casos, de ser adquiridos pelos pacientes, a aquisição de camas hospitalares, a resolução do problema da “falta de alimentação” nas unidades de saúde, bem como equipar ambulâncias com materiais de emergência para suporte rápido de vida ou de equipamentos de proteção individual não descartável.
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