A produção mundial de energia a carvão deverá aumentar 9% este ano em relação ao ano passado de 2020, ameaçando as metas estipuladas para a neutralidade carbónica até 2050, segundo relatório da Agência Internacional de Energia divulgado esta sexta-feira, e noticiado pela Bloomberg.
Segundo o relatório da Agência Internacional de Energia, só nos Estados Unidos da América e na União Europeia prevê-se um aumento de 20% na produção de energia a carvão em 2021, o maior aumento do ano em registo. Em contraste, este aumento é de 12% na Índia e 9% na China, levando o consumo de carvão para níveis recorde em ambos os países.
“Espera-se que a procura mundial de carvão cresça 6% em 2021, aproximando-se dos níveis recordes alcançados em 2013 e 2014” pode ler-se no relatório da IEA. A China é o maior consumidor de carvão a nível mundial, servindo-se de mais de metade do total em todo o mundo.
O documento aponta, igualmente, que estão na origem do aumento da procura e consumo de carvão os preços altos da energia, generalizada, desde o fim dos confinamentos.
De acordo com o director executivo da IEA, Fatih Birol, “o carvão é a maior fonte de emissões de carbono a nível mundial”, sendo que “o máximo histórico registado este ano na produção de energia a partir desta fonte, é um sinal preocupante do quão longe o mundo está de reduzir as suas emissões até à neutralidade carbónica”.
Contudo, a procura mundial de carvão, quer para produção de energia, quer para produção de cimento e aço, deverá aumentar 6% sendo que essa procura pode atingir um novo máximo no próximo ano em função do crescimento económico e dos padrões climáticos, acrescentou a agência.