O Presidente da República da África do Sul disse hoje que o governo vai reformar a Constituição para viabilizar a expropriação de terrenos sem pagar indemnizações aos proprietários, apesar da rejeição daquela reforma pelo parlamento, em Dezembro.
Segundo a Lusa citando a agência EFE, Cyril Ramaphosa garantiu que o Governo não irá desistir daquela reforma por considerar que irá promover o desenvolvimento económico, a justiça social e eliminar as desigualdades criadas durante o regime do ‘apartheid’.
Segundo o chefe de Estado sul-africano, que falava durante as celebrações dos 110 anos do Congresso Nacional Africano (CNA), partido que governa o país desde 1994, 30 depois do fim do ‘apartheid’, a “minoria branca, menos de 10% da população, detém 72% do território do país”.
Nas eleições autárquicas de Novembro último, registou o pior resultado eleitoral da sua história, sendo relegado para o papel de oposição na maioria das grandes cidades sul-africanas.
Divisões internas e casos de corrupção também fragilizaram a imagem do partido de Ramaphosa, cujo Governo está a braços com graves problemas económicos, desigualdades acentuadas, níveis recordes de desemprego, agravados pela crise provocada pela pandemia de covid-19.
O presidente sul-africano admitiu aqueles “obstáculos” e prometeu uma série de “reformas profundas dentro do partido”.
“Devemos intensificar esforços para restaurar a nossa relevância, capacidade e credibilidade como uma poderosa fonte de transformação com a qual o povo pode continuar a contar”, disse Ramaphosa, citado pela agência EFE.
Entretanto, o presidente sul-africano assegurou que outra das prioridades do CNA passa por diminuir a taxa de desemprego, acelerar a economia, garantir serviços sociais a todos os cidadãos, acabar com a corrupção e continuar a trabalhar numa estratégia pan-africana e internacional”.
O CNA foi fundado em 1912 para combater o ‘apartheid’ e liderou a libertação da maioria negra no país do domínio desse regime segregacionista.