O chefe de Estado de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, indigitou o líder do PSD e da coligação, Luís Montenegro, como primeiro-ministro, que tem agora cerca de uma semana para apresentar o seu Executivo. Com os votos das comunidades, o Chega subiu para 50 deputados, o PS ficou com 78 e a AD com 80.
Assim que se finalizou a contagem dos votos dos círculos da emigração, ao início desta quinta-feira, 21 de Março, o Presidente da República de Portugal chamou o líder da Aliança Democrática (AD) a Belém para indigitar Luís Montenegro como primeiro-ministro e convidá-lo a formar Governo.
Segundo a nota publicada no site da Presidência da República, e citada pelo jornal Económico, “tendo o Presidente da República procedido à audição dos partidos e coligações de partidos que se apresentaram às eleições de 10 de Março para a Assembleia da República e obtiveram mandatos de deputados, tendo a Aliança Democrática vencido as eleições em mandatos e em votos, e tendo o Secretário-Geral do Partido Socialista reconhecido e confirmado que seria líder da Oposição, o Presidente da República decidiu indigitar o Dr. Luís Montenegro como Primeiro-Ministro, apresentando oportunamente ao Presidente da República a orgânica e composição do XXIV Governo Constitucional”.
Após ter sido indigitado, o novo primeiro-ministro de Portugal anunciou que irá regressar a Belém para apresentar na próxima semana o seu executivo, a 28 de Março. A “tomada de posse será a 2 de Abril”, acrescentou.
O líder da coligação PSD/CDS tinha estado horas antes, ao final da tarde de quarta-feira, numa primeira audiência, com o Presidente da República para análise dos resultados eleitorais e logo à saída, aos jornalistas, disse que esperava que Marcelo o indigitasse primeiro-ministro assim que os votos da Europa e de Fora da Europa fossem contados.
“A minha perspectiva é que, assim que fique concluída a contagem dos votos, seja indigitado pelo presidente da República”, disse o líder da AD aos jornalistas à saída da audiência com Marcelo Rebelo de Sousa, ao qual foi dizer que está “preparado” para formar governo, que está “focado” em resolver os problemas dos portugueses e meter a “economia mais forte”. Montenegro não quis falar sobre detalhes do futuro executivo, nem sobre a sua composição ou objectivos, argumentando que ainda não existe governo porque a decisão estava “agora” nas mãos de Marcelo e que só depois da indigitação seriam tomados os “procedimentos” sobre a governação.
Mas uma coisa fez questão de garantir: quer uma “economia mais forte”, quer “promover uma mudança de governo e das políticas” no país, quer “melhores salários”, uma “classe média mais desafogada”, os jovens com “mais esperança” e os serviços públicos a “darem resposta”. Após a primeira reunião em Belém, antes de voltar para ser indigitado, Montenegro também saudou o “sentido de responsabilidade” do PS ao sinalizar viabilização de OE retificativo.
O PSD e CDS – que formaram a coligação AD, foram os últimos a ser ouvidos pelo chefe de Estado após as eleições legislativas antecipadas de 10 de Março. Os votos da emigração (que contam para a eleição de quatro deputados) começaram a ser contados na segunda-feira e durante esta quarta-feira continuavam a dar a mesma tendência: dois deputados para o Chega, um para a AD e outro para o PS (com o actual presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva a falhar a eleição no círculo Fora da Europa). O resultado final manteve-se inalterado.
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