Líder do Movimento Democrático de Moçambique (MDM) defende a independência económica do país para “mitigar o sofrimento do povo”. Lutero Simango critica também a suspensão da Tabela Salarial Única pelo Governo.
O Presidente do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), Lutero Simango, defendeu, esta terça-feira (09.08), que Moçambique precisa alcançar a independência económica para garantir melhores condições de vida aos cidadãos.
Falando numa conferência de imprensa na cidade de Maxixe, na província de Inhambane, sul do país, Simango criticou ainda a falta de pagamento de salários na tabela única aprovada pelo Governo este ano.
Citado pela DW, Lutero Simango disse que o país “está a precisar de trabalhar seriamente para conquistar a independência económica, como melhor caminho para mitigar o sofrimento do povo”.
“Mas para isso”, continuou o presidente do MDM, “precisa-se de um Governo comprometido que possa servir os moçambicanos, e, infelizmente, o Governo do dia não tem uma política adequada para garantir a inclusão económica e social”.
O salário mínimo moçambicano é de 8.000 meticais. No entanto, uma cesta básica no país custa cerca de 19 mil meticais, segundo dados da Organização dos Trabalhadores de Moçambique.
Diante desta realidade, Lutero Simango afirmou que o salário mínimo praticado no país não satisfaz os trabalhadores moçambicanos.
Cancelamento da TSU
O líder da segunda maior força da oposição moçambicana lamentou ainda a não implementação da Tabela Salarial Única (TSU), que deveria ter entrado em vigor desde o passado mês de Julho, conforme anunciou o Governo, mas foi um fracasso devido aos erros na atribuição dos valores pelas autoridades.
“Nos últimos cinco a dez anos, ainda não testemunhei a promoção das carreiras profissionais dos funcionários. Aliás, a promoção estagnou-se há muito tempo, não se podia avançar para a Tabela Salarial Única sem primeiro resolver a questão da promoção dos nossos funcionários e agentes do Estado”, criticou Simango durante o encontro com os jornalistas.
Apesar das críticas contra a actual situação económica e social do país, Lutero Simango não avançou com nenhuma proposta concreta para tentar mudar este quadro. Mas disse que o MDM está a preparar-se para a próxima corrida eleitoral.
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