Presidente da CNE absteve-se de votar, mas a vitória da Frelimo já estava carimbada em 64 autarquias

Presidente da CNE absteve-se de votar, mas a vitória da Frelimo já estava carimbada em 64 autarquias

O Presidente da Comissão Nacional de Eleições (CNE), Dom Carlos Matsinhe, absteve-se de votar conta ou a favor da deliberação que confirma a vitória do partido Frelimo em 64 das 65 autarquias do país, no escrutínio de 11 de Outubro. Apenas perdeu a vidade da Beira para o MDM. 

De acordo com o CIP Eleições, a deliberação não foi consensual, entre os 15 membros da CNE. A Frelimo apresentou oito votos a favor. Os outros cinco membros, em representação da oposição, votaram contra e dois (Dom Carlos Matsinhe e Salomão Moyana) abstiveram-se.

A Frelimo defendia voto secreto, mas a oposição queria voto aberto porque pretendia ver a tendência do voto dos membros da CNE provenientes da Sociedade Civil, cooptados pela Frelimo. Entretanto, os conselheiros de Matsinhe, tendo se apercebido da vitória da Frelimo, aconselharam-no a não tomar partido. Mas também, o membros da Frelimo o aconselharam a abster-se do embaraço porque a vitória estava garantida.

“Durante as discussões, os membros da CNE provenientes da oposição declararam que iriam optar por voto aberto, o que criou embaraços para o bispo porque não tinha como evitar manifestar a sua tendência de voto”, escreve o CIP Eleições.

A CNE marcou para 15h de hoje a divulgação dos resultados oficiais das eleições de 11 de Outubro. Em princípio, os membros da oposição não estarão presentes hoje na cerimónia de divulgação dos resultados.

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