Portugal defende conversão da dívida dos Estados-membros da CPLP em apoio à transição ambiental

Governo de Portugal diz estar disponível para converter a dívida dos Estados-membros em apoios à transição ambiental, à semelhança do que acontece com Cabo Verde, afirmou este domingo o primeiro-ministro português, na cimeira da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

Na sua intervenção durante a sessão restrita da 14.ª conferência da organização lusófona, que decorre este domingo em São Tomé, António Costa disse que Portugal está disponível para “trabalhar com cada um dos Estados-membros da CPLP para também converter a dívida em fundo de investimento em ambiente, na energia, na água, na reciclagem, de forma a acelerarmos esta transição”.

O ponto de partida desta proposta é trabalhar “com base num projecto-piloto” que Portugal arrancou com Cabo Verde: a “criação do Fundo Climático e Ambiental”, que será aprovado formalmente pela Praia em Outubro, explicou o governante. Neste projecto, “Portugal comprometeu-se a converter a dívida de Cabo Verde em investimento na transformação ambiental”.

O primeiro-ministro português defendeu também um programa de intercâmbio académico que permita a frequência de um semestre noutro país da organização.

“Que daqui até 2026, possamos conseguir ter nos nossos diferentes países pelo menos um curso onde todos sejamos certificados para podermos ter ao nível da CPLP uma frequência como o programa europeu Erasmus”, disse António Costa no seu discurso na cimeira, em São Tomé, apelidando este novo projecto de ‘Frátria’, numa evocação à expressão ‘Mátria’ de Caetano Veloso.

O objectivo é, “pelo menos em cada um dos cursos, em cada uma das universidades, de cada um dos nossos países, ter um semestre reconhecido para que os nossos jovens possam circular mais entre todos os nossos países”, disse o governante português, que evocou a sua origem pessoal para a ideia deste projecto.

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