A operacionalização do Porto de Pesca da Beira está aquém das capacidades. Isso deriva dos altos preços de combustíveis. Até há operadores que saíram de cena por não aguentar com os preços.
Em entrevista ao matutino Notícias, o Director do Porto de Pescas da Beira, António Remédio, disse que a infraestrutura opera a 50% da capacidade instalada.
A título de exemplo, o Cais Número 1, com um capacidade para receber 16 embarcações em simultâneo, não regista esse movimento. O porto recebe entre cinco e dez embarcações, todos os dias. Outros dois cais do Porto da Beira podem recebe em simultâneo 100 embarcações.
“Quando o preço de combustíveis dispara, o movimento baixa significativamente. Há embarcações que precisam diariamente de acima de 60 mil litros, além de mantimentos, representando um investimento que nem sempre compensa”, disse.
Os preços de combustíveis estão altos e, segundo Remédio, houve redução no seu fornecimento na ordem de 33% e de água, em 58%. Isso levou operadores a saírem de cena.
“Uma empresa, cujo nome não vou mencionar, tem uma frota de 30 embarcações, mas este ano só de fez à faina com 19 barcos. Mesmo assim, neste momento, essas embarcações estão recolhidas desde Setembro, apesar de o tempo de veda permitir que eles pesquem até 15 de Novembro”, notou.
Para o Director essa falta de operações é também um dos maiores constrangimentos. “Existe um potencial armador industrial que está a quase um ano sem operar…”.
Disse o responsável que este ano o porto registou um prejuízo de 33% no manuseamento de pescado proveniente da pesca semi-industrial, e perda de 60% no manuseamento de pescado importado. “Ao longo deste ano só recebemos três embarcações [da Namíbia]. Foram descarregadas no Porto da Beira cerca três mil toneladas, contra oito mil em igual período do ano passado”.
O Porto de Pecas da Beira tem uma capacidade instalada para processar 50 toneladas de pescado em 24 horas, e um capacidade frigorífica para 1.500 toneladas.
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